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Aeroporto é cartão de visitas da destruição

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HAITI EM RUÍNAS

JANAINA LAGE

Do lado de dentro, há escombros e áreas alagadas; do lado de fora, pessoas esperam oportunidade para deixar o país

Trânsito em Porto Príncipe está caótico, e combustível, produto importado, virou artigo raro, subindo de US$ 4 para mais de US$ 12

É manhã de quinta-feira no Haiti, e a entrada principal do AEROPORTO internacional de Porto Príncipe está trancada e vigiada por funcionários.

Do lado de dentro, para quem chega, o cenário é o cartão de visitas de um país destruído, com escombros e áreas alagadas para todo lado. O desembarque acontece em meio ao pouso de aviões do Brasil, da França, dos EUA e da Bélgica com ajuda humanitária. Em pé na pista, um funcionário carimba passaportes, no que sobrou de controle de imigração.

Do lado de fora, mais de cem pessoas aguardam para entrar. São em geral estrangeiros, com malas e roupas a tiracolo, à espera do primeiro voo para deixar o país -alguns estão acampados lá desde anteontem.

Entre os que querem sair está um grupo de americanas que estavam em viagem de turismo de uma semana. "Precisamos voltar, temos empregos, temos que trabalhar na segunda. Sairemos no primeiro voo que aparecer", afirma Dann Cotton, sem conseguir prever quando conseguirá voltará à sua casa no Estado de Ohio.

Perto delas está o haitiano Berny Leveque, que tenta ganhar dinheiro trabalhando como tradutor. Desde a tragédia, ele se oferece na porta do AEROPORTO para acompanhar estrangeiros. Até certo ponto, teve "sorte" na tragédia. A família sobreviveu, sua casa não foi totalmente destruída e ele "só" perdeu todos os móveis, geladeira e televisão.

Ao redor do AEROPORTO, o caos impera. Há manchas de sangue nas ruas, e o trânsito não tem mais nenhuma organização. Os motoristas param a todo instante, perguntando a quem passa se alguém tem gasolina.

O combustível, produto que sempre foi importado pelo Haiti, passou a ser disputado a preço de ouro após o terremoto. Antes, custava o equivalente a US$ 4. Agora, vale mais de US$ 12. Em um posto próximo, pessoas se acotovelavam com galões vazios nas mãos.

As "tap-taps"

A maioria, que não tem carro, recorre às "tap-taps". São as lotações de Porto Príncipe, agora tão disputadas que seus condutores já não param mais para pegar passageiros nem desaceleram os veículos.

Quem quer entrar numa "tap-tap" vai correndo pela calçada e, ao se aproximar do veículo, se joga para dentro, de cabeça, pelas pernas, como der, e tenta viajar pendurado, parte dentro, parte fora do carro.
E há muita gente simplesmente andando pela capital, sem direção, principalmente na região central, a parte da cidade mais atingida.

Falta tudo em Porto Príncipe, a começar pelo mais básico: luz, água e comida. O maior supermercado da cidade, que seria a principal fonte de mantimentos, foi abaixo, e sobreviventes ainda são procurados sob os destroços.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP





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