Vueling sai do “vermelho” no 2º trimestre por redução de capacidade e melhor receita
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A low cost espanhola Vueling, que completou recentemente uma fusão por integração da Clickair, teve 2,98 milhões de euros de lucro no segundo trimestre deste ano, quando no período homólogo de 2008 perdera 8,7 milhões. Apesar desta recuperação, no conjunto do primeiro semestre tem a evolução inversa, por custos de reestruturação, tendo passado de 4,18 milhões de lucros no ano passado para uma perda de 3,3 milhões este ano.
O balanço divulgado hoje pela Vueling indica que no segundo trimestre as receitas caíram 5,3%, para 105,4 milhões de euros, mas menos que os custos (-30,6% nos custos variáveis, -10,9% nos custos “semi-fixos” e –14,4% nos custos fixos), o que levou o resultado operacional (EBIT, lucros antes de juros e impostos) a passar de –12,48 milhões em 2008 para 4,26 milhões este ano.
No conjunto do primeiro semestre, a queda das receitas está em 9,8%, para 179,5 milhões de euros, face a reduções de 32% nos custos variáveis, 18,7% nos custos “semi-fixos” e 15,4% nos custos fixos, o que leva o EBIT de uma perda de 43,5 milhões em 2008 para 3,7 milhões positivos este ano.
O prejuízos no semestre decorre assim depois da função financeira, designadamente de custos de reestruturação (9,99 milhões de euros).
A descida da factura de combustíveis em 63%, para 15,8 milhões de euros, foi a que teve o maior impacto na redução dos custos variáveis (decorrentes directamente da realização dos voos) no segundo trimestre, enquanto nos custos “semi-fixos” as reduções com mais impacto foram em tripulações (-23,9% para 5,3 milhões) e leasings de frota (-14,7% para 12,49 milhões) e nos custos fixos o maior “corte” foi em publicidade, que baixou 47,1%, para 1,36 milhões.
No conjunto do primeiro semestre, a Vueling também apresenta reduções em todas as rubricas de custos (à excepção da manutenção, que teve um agravamento de 6,1%, para 8,4 milhões de euros), designadamente nos combustíveis, em 59,3% para 31 milhões de euros, taxas de aeroportos, em 13,1% para 18,39 milhões, taxas de navegação, em 16,5% para 15,46 milhões, tripulações, em 24,3% para 10,5 milhões, leasings de frota, em 25,8% para 24,4 milhões, e publicidade, em 34,3% para 2,87 milhões.
As reduções de custos estão associadas, designadamente, à reestruturação, que levou a que a Vueling operasse no segundo trimestre menos quatro aviões que no período homólogo de 2008, o que equivale a uma redução em 19%, mas com uma com uma maior taxa de utilização dos aviões.
A informação indica que a Vueling em 30 de Junho, com bases em Barcelona, Madrid e Sevilha (a que se juntam Valência, Málaga e Bilbau pela fusão com a Clickair) tinha voos para 24 aeroportos, mais um que no ano passado, com uma frota de 17 Airbus A320, mas aumentou em 8,8% a utilização dos aparelhos, de 11,08 para 12,05 horas por dia.
A evolução em alta dos resultados da Vueling no segundo trimestre, do lado da receita, está associada a subida da taxa de ocupação dos voos, que melhorou 3,7 pontos, para 73,1%, e aumento da receita por passageiro em 0,2%, para 75,36 euros, que levaram a um aumento da receita por voo em 5,3%, para 9,87 mil euros.
A informação da Vueling indica que face a uma redução da frota em 19% e da capacidade (em ASK = lugares x quilómetros) em 9,3%, a sua operação teve uma queda da procura (em RPK = passageiros x quilómetros) menos forte, em 4,5%, que levou à subida da taxa de ocupação, a qual, com o aumento da receita por passageiro, permitiu aumentar a receita unitária (por ASK) 4,4%, para 5,7 cêntimos de euro, apesar de um aumento da etapa média de voo em 0,8%, para 982 quilómetros.
Para o semestre, a Vueling indica que os proveitos por voo melhoraram 10%, para 9,1 mil euros, com uma subida da receita unitária foi de 11,2%, para 5,36 cêntimos, por uma subida da taxa de ocupação em 2,9 pontos, para 70,2%, resultante de uma redução da capacidade em 18,8% face a uma queda da procura em 15,4%, e um aumento em 5,4% da receita média por passageiro, para 72,39 euros.
A low cost especificou que no semestre a subida da receita média por passageiro deu-se por aumentos da “tarifa pura” em 7%, para 51,18 euros, das taxas e comissões em 2,5%, para 11,3 euros, e dos proveitos acessórios em 0,3%, para 9,91 euros.
No segundo trimestre a “tarifa pura” e as taxas e comissões por passageiro subiram, respectivamente, 3,3%, para 54,81 euros, e 0,6%, para 10,86 euros, mas os proveitos acessórios baixaram 14,9%, para 9,69 euros.
A low cost teve assim, no segundo trimestre, uma quedas dos proveitos de “tarifa pura” em 2,4%, para 76,66 milhões de euros, de encargos e comissões em 4,8%, para 15,19 milhões, e dos proveitos acessórios em 19,5%, para 13,55 milhões, face à redução média da capacidade em 9,3%.
No conjunto do semestre, os proveitos de “tarifa pura” baixaram 8,3%, para 126,9 milhões de euros, os encargos e comissões caíram 12,2%, para 28 milhões e os proveitos acessórios decresceram 14,1%, para 24,57 milhões, face a uma redução da capacidade em 18,8%.
Os proveitos acessórios representaram no segundo trimestre 12,9% dos proveitos totais por passageiro, quando no ano passado representavam 15,1%, enquanto a “tarifa pura” subiu de 70,5% em 2008 para 72,7% este ano, e taxas e comissões passaram de 14,3% para 14,4%.
A Vueling, que como a generalidade das low cost começou por apenas vender os seus bilhetes na internet, dispensando a comercialização através dos GDS (sistemas globais de distribuição) utilizados pelas agências de viagens, indicou hoje que em nove meses este canal atingiu mais de 20% das suas receitas de tarifas e é o que tem maior crescimento.
“O peso do canal indirecto na Vueling cresceu, a partir de uma quantidade meramente simbólica, para se converter no fluxo de receitas de maior crescimento para a companhia”, diz a Vueling no seu balanço divulgado hoje.
A low cost refere que foi a 16 de Junho de 2008 que iniciou a implantação da distribuição através dos GDS.
