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Ryanair: receitas estagnam com a crise mas fuel “inflaciona” lucros em 550%

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A low cost Ryanair teve um aumento dos lucros antes de impostos no segundo trimestre do ano em 550% ou 115,5 milhões de euros, pela redução de custos, designadamente em combustíveis, que lhe geraram uma poupança de 152,5 milhões (-42%), porque embora tenha transportado mais 1,6 milhões de passageiros que em 2008, as receitas quase estagnaram.

“Estes resultados trimestrais são distorcidos por uma redução em 42% dos custos de combustíveis” — é, aliás, o primeiro comentário do CEO da low cost, Michael O’Leary, ao analisar o desempenho de Abril a Junho, que para a Ryanair é o primeiro trimestre do exercício fiscal 2009/2010.

O executivo não deixa porém de destacar que a Ryanair teve um desempenho “robusto”, traduzido num aumento da margem líquida em 15 pontos, para 18%, e no aumento em 11% do número de passageiros transportados, para 16,6 milhões, quando a generalidade dos concorrentes reduziram voos, perderam tráfego e apresentam perdas crescentes.

A estagnação dos proveitos em 775 milhões de euros, face a 777 milhões no ano passado, que ocorre apesar do aumento do tráfego é explicada por Michael O’Leary com uma quebra de 10% da receita por passageiro, para 47 euros, que decorre de um decréscimo em 13% da tarifa média (incluindo taxas de bagagens), para 37 euros, já que os chamados proveitos complementares (taxas e encargos que a companhia cobra, bem como vendas no seu site) tiveram uma progressão de 13%, para 165,3 milhões, o que significa que atingiram 21,3% da facturação.

O’Leary destaca que o desempenho reflecte assim o êxito do modelo da Ryanair baseado em tarifas baixas, “que mesmo durante recessões profundas continua a gerar crescimento”, mas também reconhece que a conjuntura está a enfraquecer muito a receita por passageiro (yields).

Aliás, é por este desenvolvimento que a Ryanair reduziu as expectativas de lucros no exercício 2009/2010, que termina a 31 de Março próximo, o que levou a que hoje de manhã na Bolsa de Londres as suas acções estivessem a cair na ordem de 10%.

“Temos visão limitada além dos próximos dois meses mas esperamos que os passageiros sejam muito sensíveis ao preço no resto do ano”, diz O’Leary ao anunciar que a Ryanair está em linha com a previsão de aumentar o número de passageiros transportados em 15%, para 67 milhões, mas que os yields serão “significativamente mais baixos que no ano passado”.

Para o Verão, que é a época alta da aviação na Europa, O’leary diz que a low cost prevê uma queda dos yields entre 15% e 20%, “ou ligeiramente acima”, e para o conjunto do exercício admite uma quebra na ordem dos 20%, “ou ligeiramente mais”.

Neste quadro, e embora indique que a Ryanair prevê ter no exercício custos de combustíveis “substancialmente mais baixos” e reduzir os outros custos em aproximadamente 5% por unidade de transporte, Michael O’Leary anunciou hoje ao mercado que a previsão de lucros passou a estar no limite inferior do intervalo anteriormente indicado, entre 200 milhões e 300 milhões de euros.

Agências internacionais destacaram que apesar deste “esfriamento” das expectativas, a Ryanair “arrisca” ser no exercício em curso a companhia aérea europeia mais lucrativa.

O’Leary, aliás, afirma que “a Ryanair será a única das grandes companhias aéreas europeias a apresentar crescimentos de passageiros e lucros no ano em curso” e defende que “os vencedores numa recessão profunda serão sempre as companhias que, como a Aldi, Lidl, McDonalds e Ryanair que oferecem os preços mais baixos e o melhor serviço aos consumidores”.

“Vamos continuar a expandir-nos enquanto outros fracassam. Vamos continuar a reduzir custos e a repassá-los na forma de tarifas baixas em toda a Europa para benefício de cada um dos nossos 67 milhões de passageiros” — garante O’Leary.






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The Manhattan Reporter

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