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Detectado sinal de caixa-preta do Airbus que caiu no Índico, diz França

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Daniela Fernandes

De Paris para a BBC Brasil

Airbus da Yemenia

O Airbus da Yemenia tinha 153 pessoas a bordo

O sinal de uma das duas caixas-pretas do avião da companhia aérea Yemenia que caiu no Oceano Índico na terça-feira foi captado por um avião militar francês, disse à BBC Brasil a porta-voz do ministro francês da Cooperação, Alain Joyandet, nesta quarta-feira, em Comores.

"Às 4h30 da tarde (de terça-feira), hora local (9h30, hora de Brasília), foi captado o sinal de uma das balizas da caixa-preta, a 40 quilômetros da costa e a 300 metros de profundidade", afirmou.

Segundo a porta-voz, nos próximos dias será montada uma operação com mergulhadores para procurar a caixa-preta. Ela ressaltou, no entanto, que não existe nenhuma garantia de que a baliza ainda esteja acoplada à caixa-preta - ela pode ter se soltado com o impacto da queda da aeronave.

"Hoje a prioridade é continuar a busca por corpos e destroços do avião. Nós iremos procurar a caixa-preta assim que possível, nos próximos dias."

A possível localização dos sinais de uma das caixas-pretas ainda não foi confirmada pela companhia aérea Yemenia.

"Ainda não temos uma confirmação oficial dessa informação", disse à BBC Brasil o vice-diretor de operações da empresa, Mohammed al-Sumairi.

O órgão francês que participa das investigações sobre as causas do acidente (BEA, na sigla em francês) também não confirma a informação.

O avião, com 153 pessoas a bordo, caiu depois de enfrentar mau tempo. Apenas um sobrevivente foi encontrado - uma menina de 14 anos.

O voo IY626 era o trecho final de uma rota que se iniciou em Paris, com escala em Marselha, na França, e conexão no Iêmen até Comores. Havia 66 franceses a bordo, além de comorenses e cidadãos de países do Oriente Médio.

Um navio francês foi enviado ao local para começar as operações de busca.

'Defeitos'

Autoridades francesas haviam encontrado "defeitos" no Airbus A310 da Yemenia que caiu no Índico.

O ministro francês dos Transportes, Dominique Bussereau, disse em uma entrevista à rádio Europe 1 e ao canal de TV iTélé que a aeronave "havia sido examinada em 2007 pela Direção Geral da Aviação Civil da França, que havia constatado alguns defeitos" nela.

"A aeronave, após essa data, não reapareceu no território francês", afirmou o ministro.

Segundo Bussereau, a Yemenia não integrava a lista negra de companhias aéreas que apresentam problemas de segurança, "mas era objeto de controles reforçados por parte das autoridades francesas e deveria ser interrogada em breve pelo Comitê de Segurança da União Europeia".

A Airbus informou que o avião datava de 1990 e tinha 51,9 mil horas de voo. Ele foi comprado "de segunda mão" pela companhia Yemenia em outubro de 1999.

A aeronave caiu no Oceano Índico na madrugada da terça-feira (às 19h51 de segunda-feira em Brasília) com 142 passageiros e 11 tripulantes.

Yemenia

A companhia aérea Yemenia colocou uma mensagem em seu site na internet, lamentando "o desaparecimento do voo IY626".

A empresa tem 51% de suas ações de propriedade do governo do Iêmen e 49% pertencentes ao governo da Arábia Saudita.

Em 1996, um avião de uma companhia aérea etíope foi sequestrado e caiu na mesma região, matando a maioria das 175 pessoas a bordo.

Comores, um país formado por três das quatro ilhas do arquipélago do mesmo nome, fica a cerca de 300 km a noroeste de Madagascar, no canal de Moçambique, na África.

O país foi protetorado e território ultramarino da França, tendo conquistado a independência em 1975. A grande maioria da população - 98% - é islâmica.

O acidente com o Airbus A310 ocorre no momento em que o acidente com o A330 da Air France, que havia decolado do Rio de Janeiro em 31 de maio com 228 pessoas a bordo, completa um mês.

Apenas 51 corpos foram encontrados e as buscas por corpos foram encerradas na última sexta-feira.





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