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Começa construção da nova torre do VLS 1

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Investimento de 43 milhões está atrasado quatro anos

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O consórcio Jaraguá-Lavitta iniciou a construção da nova Torre Móvel de Integração (TMI) para o Veículo Lançador de Satélites brasileiro, o VLS 1. O investimento previsto no projeto é de R$ 43 milhões. Os recursos serão repassados através de um convênio entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O prazo para a construção do empreendimento, segundo o diretor de Transporte Espacial e Licenciamento da AEB, brigadeiro Antônio Hugo Pereira Chaves, é de 18 meses. As obras foram iniciadas em abril deste ano e já acumulam um atraso de quase quatro anos, devido a pendências judiciais. A concorrência para a construção da Torre foi aberta em 2005 e o resultado saiu no começo do ano seguinte.

A Brasilsat, de Curitiba, que também participou do processo licitatório, decidiu questionar o resultado na justiça. O impasse só foi resolvido no ano passado, depois de um pronunciamento definitivo da Justiça Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU), que consideraram correto o processo de contratação do consórcio vencedor.

Em fevereiro deste ano, o Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA) e o consórcio Jaraguá-Lavitta assinaram um termo aditivo ao contrato da torre, para que ele voltasse a ter validade e as empresas pudessem finalmente dar início às obras.

A nova plataforma teve o projeto básico desenvolvido pelo CTA e contou com uma consultoria técnica da russa Space Rocket Center Makeyev, que sugeriu mudanças nos sistemas de segurança da Torre. As mudanças permitiram , adaptar o projeto às normas internacionais. A mesma empresa russa também foi contratada pelo CTA para dar suporte técnico ao projeto do foguete VLS, na parte de segurança e confiabilidade, um contrato estimado em € 1,3 milhão.

Segundo o diretor da AEB, a nova torre, que será instalada no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, incorpora algumas mudanças em relação à antiga, que foi completamente destruída na explosão com o foguete VLS, em agosto de 2003. “As mudanças mais importantes estão relacionadas aos ambientes pressurizados e às saídas de escape para o caso de acidentes. Trata-se de um moderno sistema de escape, que não existia na estrutura anterior”, explica.

Em uma situação de emergência, segundo ele, as pessoas que estiverem trabalhando no local terão mais condições de sobreviver. Ela poderão sair por um túnel subterrâneo e ficar abrigadas de forma segura durante vários dias. Todo o sistema também terá proteção térmica para suportar altas temperaturas.

O projeto da nova torre também vai incorporar um sistema de provisão para foguetes com motores a propulsão líquida, que farão parte da nova geração de foguetes brasileiros. Outra inovação prevista é que todos os procedimentos técnicos dentro da Torre, durante a campanha de lançamento de um veículo, serão automatizados, não sendo necessária a presença de técnicos na estrutura.

A nova TMI terá 330 toneladas de peso e cerca de 33 metros de altura. O projeto envolve a construção de uma torre móvel, mesa de lançamento, torre de umbelicais (cabos que são conectados ao foguete), túnel e torre de escape e todos os equipamentos envolvidos: sistemas elétricos, de climatização, detecção, alarme e combate a incêndio, rede de gerenciamento, circuito fechado de TV, sala de interface e casa de equipamentos de apoio.

As obras civis serão conduzidas pela empresa Lavitta. O grupo Jaraguá, de acordo com o brigadeiro Chaves, já possui grande experiência em projeto e construção de instalações industriais, em particular para a área de prospecção de petróleo.

A expectativa da AEB, segundo seu diretor, é de que a Torre esteja pronta para iniciar os primeiros lançamentos até dezembro de 2010. A Torre de lançamento de Alcântara, além de atender ao programa espacial brasileiro, também deverá ser utilizada por outros países.

O centro de Alcântara, segundo o brigadeiro Chaves, está passando por uma modernização, prevista para ser concluída no fim de 2010. A estrutura atenderá não só ao VLS, mas também o projeto Ciclone 4, feito em parceria com a Ucrânia.

FONTE: Valor Econômico, via Notimp





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