Aos 50 anos, a ponte aérea ficou só no nome
Click here for more news / Clique aqui para mais notícias
RIO - O tempo voa: amanhã, a ponte aérea Rio-São Paulo, que aproximou os dois maiores centros urbanos do país, completa 50 anos. Lançada em 6 de julho de 1959 por um consórcio formado por Varig, Cruzeiro do Sul e Vasp, como forma de enfrentar a concorrência da então poderosa companhia Real, ela inspirou serviços semelhantes em outros países, como as pontes Nova York-Washington e Madri-Barcelona. Dos Scandias e Convairs aos Boeings, Fokkers e Airbus, as mudanças foram tantas que, da velha ponte, só restou praticamente o nome. É o que mostra reportagem de Paulo Marqueiro na edição deste domingo em O GLOBO.
(Veja as fotos históricas da ponte aérea)
Até 1991, quando a ponte aérea funcionou em sistema de pool, os horários eram escalonados, o preço da passagem padronizado e o tíquete podia ser usado em qualquer companhia. Quem perdia o voo não pagava multa. Hoje, as três empresas autorizadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a voar entre o Santos Dumont e Congonhas - Gol, TAM e a caçula OceanAir - operam de forma independente, com tarifas e horários próprios. Na sexta-feira de manhã, os bilhetes de ida e volta disponíveis custavam entre R$ 639 e R$ 1,1 mil, dependendo da companhia e do horário escolhidos.
Nos novos tempos, os usuários da ponte não detêm mais a exclusividade do Santos Dumont. Desde 20 de março, disputam espaço com passageiros de outros 21 destinos, que incluem capitais como Belo Horizonte, Recife, Salvador, Curitiba e Porto Alegre. Ao todo, são 290 voos por dia, sendo cerca de 70 na ponte. Como o número de pousos e decolagens aumentou na velocidade de um jato, enquanto a infraestrutura seguiu no ritmo de um turboélice, as longas filas continuam a fazer parte da paisagem do Santos Dumont.