Air France 447 - Voo 447: Airbus da Air France não foi destruído em voo, informa primeiro relatório do BEA
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RIO - O primeiro relatório do escritório de investigação de acidentes da aviação civil francesa (BEA), que investiga o acidente com o Airbus da Air France - que caiu há um mês no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo - afirma que a aeronave não se desintegrou durante o voo, como chegou a ser cogitado à época do acidente. Segundo o documento apresentado nesta quinta-feira, pelas análises visuais dos destroços, o Airbus, que fazia a rota Rio-Paris, tocou a água com a parte inferior, em linha de voo, com forte aceleração vertical. Até o momento, foram encontrados 640 destroços do avião.
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Segundo o chefe da investigação, Alain Bouillard, o leme, uma das primeiras peças a serem identificadas, ainda estava fixado na estrutura do avião no momento do acidente. De acordo com ele, foi constatado ainda que prateleiras e suportes localizados na parte interna foram empurrados para o fundo da aeronave e que o impacto provocou uma deformação do assoalho de baixo para cima.
- O leme não foi submetido a forças laterais. Foi a ocorrência de movimento de trás para a frente. Podemos dizer que isso é coerente com o impacto com a água - afirmou Boullard, que lembrou ainda que o fato de não se ter encontrado coletes salva-vidas indica que os passageiros não estavam preparados para uma aterrissagem no mar.
( Veja as imagens dos destroços do Airbus da Air France )
Segundo ele, ainda não há como determinar as causas do acidente. Para Alain Bouillard, não é possível dizer se a aeronave evitou a zona de turbulência sem ter as informações das caixas-pretas. De acordo com ele, essa afirmação (desvio de zona de turbulência) só poderá ser feita se estas forem encontradas.
- Nós estamos bem longe de determinar as causas do acidente. Apenas elas poderiam aprofundar essa questão - disse, lembrando que nenhuma mensagem de socorro foi emitida por parte da tripulação do Airbus A330.
Air France comenta resultado do primeiro relatório
O BEA disse que as buscas pelas balizas acústicas foram prorrogadas até o dia 10 de julho. O escritório francês informou ainda que o trabalho do submarino Émeraude na região continua. Uma segunda fase de buscas, com outros métodos - que não foram detalhados pelo chefe das investigações - será iniciada após o dia 14 de julho.
Oito pessoas participaram de intensa investigação do escritório nas últimas três semanas e foi constatado que até seis meses antes do acidente, no dia 31 de maio, não foi apresentado nenhum problema técnico na aeronave. Segundo o documento, toda a manutenção do Airbus seguia o protocolo em vigor.
Mais corpos identificados
Os investigadores ressaltaram ainda que não receberam o resultado das autópsias dos 51 corpos que foram resgatados. Segundo o chefe da investigação, ainda são aguardadas por parte das autoridades brasileiras as informações sobre os resultados das necrópsias das vítimas do voo 447:
- Dispomos atualmente de poucos elementos para concluir as investigações. O resultado das autópsias pode ajudar. Fizemos pedidos e obteremos das autoridades brasileiras ou das autoridades francesas, mas não temos ainda nenhuma data prevista.
Na quarta-feira, um mês após o acidente com o Airbus da Air France, a Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Polícia Federal informaram que 21 corpos de vítimas do acidente com o voo 447 foram identificados pelo Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife. Com esses, sobe para 35 o número de vítimas identificadas, dos 51 corpos resgatados do mar.
Em nota, a SDS informou que quatro corpos são de brasileiros e 17 de estrangeiros. Dos brasileiros, são dois homens e duas mulheres e, entre os estrangeiros, são seis do sexo masculino e 11 do feminino. O procedimento de identificação foi realizado por peritos da Polícia Federal e do Instituto Médico-Legal de Pernambuco, com o apoio de odontolegistas da Paraíba e auxiliares de legistas do Ceará.