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Air France 447 - Investigação 'se aproxima de causas do acidente', diz órgão francês

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Daniela Fernandes

De Paris para a BBC Brasil

Paul-Louis Arslanian, diretor do BEA

Arslanian é diretor do orgão que investiga o acidente com o vôo 447

O diretor do BEA, o órgão francês que investiga as causas do acidente do voo 447, da Air France, Paul-Louis Arslanian, declarou nesta quarta-feira em Paris que ainda não há muitos elementos novos em relação às possíveis causas do acidente que provocou a morte de 228 pessoas.

Segundo ele, no entanto, "em função do trabalho já realizado e das informações obtidas, os investigadores estariam se aproximando do objetivo de compreender o que ocorreu com o avião da Air France".

"Já reunimos um grande número de fatos que estão sendo analisados. A situação é um pouco mais favorável do que nos primeiros dias, quando não tínhamos nenhuma peça e nenhum elemento sobre a área do acidente".

"A zona de buscas das duas caixas-pretas do avião ainda é enorme, mas ela se restringiu em relação aos primeiros dias após o acidente, o que nos deixa um pouco mais otimistas", afirmou Arslanian.

Segundo Olivier Ferrante, do BEA (Escritório de Investigações e Análises, na sigla em inglês), as buscas estão concentradas em uma área de 17 mil quilômetros quadrados.

Arslanian reiterou a dificuldade para localizar as caixas-pretas do Airbus em uma área do oceano com grande profundidade e relevo montanhoso.

Neste momento, peritos do BEA estão analisando os destroços resgatados no Brasil e vão decidir se alguns deles serão trazidos à França.

Mais de 400 destroços já foram encontrados e suas informações inseridas na base de dados dos investigadores, disse Arslanian.

O diretor do BEA afirmou também "ter quase certeza de que todas as partes do avião não serão resgatadas, sobretudo as que estão no fundo do mar".

Ele disse não dispor ainda de nenhum elemento em relação aos corpos resgatados, porque o médico legista do BEA não pode participou das autópsias.

Arsalanian evitou criticar abertamente as autoridades brasileiras, mas disse "não ter ficado contente" por não poder acompanhar o exame dos corpos.

Os investigadores continuam analisando as 24 mensagens automáticas de pane enviadas pelo avião em 4 minutos logo após o avião ter desaparecido do radar, mas "até o momento nada nos permite ir além do que já foi dito", disse Arslanian.

O órgão francês já havia declarado ter detectado problemas de incoerência de velocidade medida pelos sensores do avião.

Segundo o diretor, o BEA deve divulgar até o fim deste mês um relatório preliminar sobre as investigações do acidente.





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