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Air France 447 - FAB irá investigar se mudança de altitude de Airbus foi determinante para sumiço


da Folha Online

A FAB (Força Aérea Brasileira) informou nesta quarta-feira que a investigação sobre o que ocorreu com o voo 447 da Air France irá apontar se a mudança de altitude do Airbus A330-200 foi determinando ou não para o sumiço do aparelho.

Reportagem publicada na edição desta quarta-feira da Folha mostra que pilotos do AF 447 não seguiam a altitude prevista em seu plano de voo quando a aeronave foi registrada pela última vez pelo radar de Fernando de Noronha, às 22h48 (horário de Brasília) do domingo. O motivo para isso é desconhecido.

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A reportagem mostra que o plano de voo previa que o Airbus deveria subir de 35 mil pés (10,7 km) para 37 mil pés (11,3 km) depois de passar pelo ponto virtual Intol (565 km ao norte de Natal). O avião, porém, se manteve a 35 mil pés à frente do ponto, segundo informou a FAB no dia do acidente.

Em entrevista nesta quarta-feira para informar o encontro de mais destroços de avião e óleo no Atlântico, o coronel Jorge Amaral, subchefe de comunicação da FAB (Força Aérea Brasileira), informou que a aeronave pode mudar seu plano de voo dependendo de eventos como turbulência, desde que solicite para subir ou descer.

"Ela [aeronave] pode subir para níveis superiores [alterar altura] e vamos avaliar se isso foi fator contribuinte ou não", afirmou Amaral.

O coronel informou que a FAB está tendo cuidados extras para divulgar informações sobre o que ocorreu. "Assim como tivemos informações de peças que chegaram à África, no momento certo vamos divulgar qualquer coisa relativa a mudança de altitude da aeronave", afirmou o coronel.

Caixa-preta

Amaral afirmou que as equipes não conseguiram detectar até agora sinais da caixa-preta. Entretanto, contrariando o que disse o diretor do Escritório Nacional de Investigação e Análise (BEA, na sigla em francês) da França, Paul-Louis Arslanian, a caixa-preta pode sim elucidar o que ocorreu com a aeronave.

"Se for possível encontrar a caixa-preta ela poderá elucidar muito do que aconteceu com o avião", disse.

Arslanian disse que será difícil encontrar as caixas-pretas do aparelho e que, mesmo se achadas, talvez elas não ajudem a determinar o que aconteceu.

Amaral afirmou ainda que as equipes ainda trabalham com a hipótese de encontro de sobreviventes do avião.

Ainda não é certo onde as peças da aeronave serão enviadas. Elas podem inclusive serem remetidas à França, que será responsável pela investigação.

Buscas

As buscas agora vão se concentrar em águas brasileiras. Segundo a FAB o Centro de Coordenação de Resgate de Dakar (Senegal) enviou documento para o Salvaero (Serviço de Salvamento Aéreo) de Recife e informando que irá encerrar as buscas em águas senegalezas.

Entretanto deverão continuarão a contribuir com a operação de busca do Brasil, com a coordenação de aeronave radar Awacs da Força Aérea Francesa. Esse aparelho sobrevoará uma área no limite entre Senegal e Brasil em busca de objetos sobre a superfície do oceano.

Navios

Paralelo ao trabalho aéreo, a Marinha brasileira deslocou três navios para auxiliar as buscas no local onde foram encontrados os destroços que podem ser do Airbus.

Segundo informações da Marinha, os navios partiram de Natal (RN), Maceió (AL) e Salvador (BA) e devem chegar ao local --a cerca de 1.100 km a nordeste de Natal-- a partir da tarde de hoje.

A primeira embarcação a chegar é a Grajaú. Outra embarcação engajada nas buscas será a fragata Constituição que deve contar com cerca de 200 militares a bordo, além de um helicóptero Lynx. No total, 280 militares participarão das buscas a bordo dos três navios.

Além dos navios oficiais, três navios mercantes estão na região para auxiliar nas buscas.

Voo 447

O voo 447 da Air France desapareceu sobre o oceano Atlântico na noite de domingo (31), com 228 pessoas a bordo. De acordo com a empresa, há 58 brasileiros entre os ocupantes.

O avião decolou por volta das 19h do aeroporto Tom Jobim, no Rio, com destino a Paris e fez o último contato com o comando aéreo brasileiro por volta das 22h30 de domingo.

Panes e turbulência

Não há hipóteses claras sobre o que pode ter derrubado a aeronave, mas já há certeza de que o avião sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o voo. Sabe-se também que a aeronave enfrentou forte turbulência.

A FAB (Força Aérea Brasileira) informou na noite desta terça-feira que dois investigadores franceses já estão no Brasil para apurar as causas do acidente, com apoio do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

Durante o dia, foram encontrados destroços da aeronave em uma área a aproximadamente 400 milhas (cerca de 740 km) de Noronha. Aeronaves equipadas com radares e infravermelho devem manter as buscas durante toda a madrugada para tentar encontrar mais material do Airbus.

Segundo o ministro Nelson Jobim (Defesa), os destroços são indicativo certo de que o avião caiu no mar. "Para este efeito [o da identificação do avião] já é suficiente estes 5 km de materiais. Não há como supor que a maré tenha reunido 5 km de material trazido da praia", disse.

Jobim afirmou que as buscas devem se concentrar sobre a caixa-preta, que pode estar situada em uma "profundidade que varia entre 2.000 e 3.000 metros" no oceano Atlântico. "A caixa-preta não boia. Teremos que fazer a busca. Estando em grande profundidade, haverá grande dificuldade para encontrá-la", disse.

Segundo a Air France, a lista oficial com os nomes dos ocupantes do avião deve ser divulgada nesta quarta-feira (3). Porém, a relação pode ser incompleta já que, segundo o ministro da Defesa, alguns familiares de passageiros já se manifestaram para que os nomes não sejam divulgados.

De acordo com a empresa, 58 brasileiros, 61 franceses e 26 alemães estavam na aeronave. Ao todo, havia ocupantes de 32 nacionalidades no avião.





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