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Air France 447 - Especialistas acreditam que o avião se desintegrou durante a queda

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Os destroços do voo 447 da Air France que foram resgatados do mar e o fato de as autoridades terem pedido fotos a parentes das vítimas e até imagens do circuito interno do Aeroporto Internacional Tom Jobim são, na opinião de especialistas, indícios de que o avião não explodiu. Para eles, a hipótese mais provável é que o Airbus, ao ultrapassar o limite de velocidade máxima, tenha comprometido a sua estrutura, desintegrando-se durante a queda.

O brigadeiro Mauro Gandra, ex-ministro da Aeronáutica, disse que a descoberta de peças íntegras, como o estabilizador vertical, o leme e as portas de um banheiro, confirmam sua tese de que a aeronave foi perdendo as peça no ar:

- Se há explosão, as pessoas e as partes do avião são jogadas muito longe. Eu sempre achei que o avião teria se desintegrado no ar por razões que ainda não se sabe. O excesso de velocidade por causa do congelamento dos pitots (sensores de velocidade) é uma delas. Mas pode haver outras razões, como problemas no computador de bordo ou falha estrutural.

O consultor de segurança do Sindicato Nacional de Empresas Aéreas (Snea), comandante Ronaldo Jenkins, ressaltou que, por enquanto, não há sinais de explosão, já que foram encontradas partes inteiras do avião. Para descartar totalmente a hipótese, no entanto, ele prefere aguardar que sejam localizadas outras peças do Airbus, especialmente as asas:

- Não foram encontradas grandes partes do avião. Ainda não dá para descartar uma explosão na asa com fogo no interior do avião.

Resgate de partes do avião vai depender de tecnologia

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, comentou que haverá dificuldades para içar peças ou pedaços de fuselagem que podem ter afundado na proximidade do local onde foram encontrados os corpos:

-A área de busca já está restrita. Acredito que não se poderá resgatar partes (afundadas) do avião. Isso vai depender da tecnologia dos franceses e dos americanos.

Fernando Martins Catalano, coordenador do curso de Engenharia Aeronáutica da USP, de São Carlos, acredita que o mais provável é que tenha havido falha estrutural:

- É muito cedo para se saber o que houve. Eu apostaria em falha estrutural, devido à entrada em uma tempestade muito severa, mas ainda é muito vago. O certo é que houve colapso estrutural e, provavelmente, o avião foi se quebrando no ar. Aquele leme inteirinho destacado de outras partes parece indicar isto - diz Catalano.

Ele não descarta a possibilidade de as informações sobre as condições meteorológicas terem levado o piloto a erro. Ao entrar na tempestade muito severa, ele não conseguiu sair. A sequência de panes enviadas pelos alertas automáticos da aeronave mostram, segundo ele, perda estrutural:

- Talvez, no futuro, tenha que ser feita uma revisão dos fatores de carga do avião.

Autor do livro "O rastro da Bruxa", o ex-piloto Carlos Germano acredita que o avião não resistiu às nuvens cúmulos-nimbos:

- Essa é a força mais poderosa da natureza. E é para evitar o encontro com esta força que a tecnologia criou sistemas modernos. A minha teoria é que o avião entrou em uma tempestade e perdeu o controle. A velocidade com que ele caiu ultrapassou o limite do avião e redundou em falha estrutural, o que causou a fragmentação do avião. O cenário é aterrorizante. Resta saber por que o piloto entrou nos cúmulos-nimbos, quando o certo seria ele se desviar - explica Germano.





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