Air France 447 - Airbus diz que seus aviões são seguros e pede cautela sobre investigação
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da Efe
O diretor-geral da Airbus, Fabrice Brégier, disse que seus aviões são "seguros", após as dúvidas surgidas sobre o possível envolvimento dos sensores de velocidade no acidente com o avião que fazia o voo 447 da Air France e caiu no oceano Atlântico, enquanto pediu cautela até que se conheçam os motivos.
"Nossos aviões são seguros. Afirmamos isso, afirma a Agência Europeia de Segurança Aérea (Easa), afirmam nossos clientes", reiterou Brégier, em entrevista publicada hoje pelo jornal "La Dépêche du Midi".
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O número dois do construtor europeu considerou "irresponsáveis" os artigos publicados na França que indicam falhas nos sensores de velocidade como causa do acidente.
"Neste estado da investigação, não há qualquer relação entre o acidente do avião da Air France e qualquer debilidade de navegação do aparelho", disse.
Essa reação, a primeira de um diretor da Airbus, está alinhada com a do Escritório de Investigações e Análises (BEA, em francês), responsável pela investigação, e pela Air France, companhia aérea proprietária do avião.
Enquanto o BEA reiterou que "não há qualquer relação estabelecida entre os sensores e as causas do acidente", o diretor-executivo da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, disse não estar "convencido" de que essa falha tenha provocado a catástrofe.
Brégier reconheceu que o avião registrou "incoerências na velocidade medida", mas indicou que "resta agora definir o motivo".
O diretor da Airbus disse que as falhas estão previstas nos manuais de voo dos aviões e precisou que "os aviões estão certificados para estas circunstâncias".
"Por isso, lembramos às companhias aéreas os procedimentos a serem aplicados se estes incidentes aparecerem. Repito, o problema dos sensores não pressagia as causas reais do acidente", disse.
Lembrou que, atualmente, há 600 aviões A330 similares ao acidentado no Atlântico que somam 13 milhões de horas de voo, e que o do AF447 foi "o primeiro acidente mortal" deste tipo de aparelhos em operação.
Brégier disse que, caso a investigação mostre a implicação dos dispositivos de velocidade, tomarão "as medidas necessárias".
Quanto à decisão de algumas companhias de trocá-los, o diretor-geral da Airbus disse que é uma decisão tomada de forma voluntária "sob a pressão dos pilotos ou da opinião pública".
Indicou que a Airbus está colaborando com o BEA para tentar definir a causa do acidente e destacou que "a descoberta das caixas-pretas permitirá esclarecer o que aconteceu com o voo da Air France".
Caso não sejam encontradas, Brégier disse que "será preciso estudar o que se tiver, os destroços do aparelho darão informação".