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Europa - easyJet tem dobro dos prejuízos no 1º semestre mas mantém previsão de lucros em 2008/2009



A easyJet, maior low cost a operar de e para Portugal, perdeu 85,9 milhões de libras (cerca de 96,7 milhões de euros) nos seis meses concluídos a 31 de Março, mais 98,4% que no período homólogo do exercício anterior, mas mantém a previsão de, com os actuais níveis de preços dos combustíveis e taxas de câmbio, concluir 2008/2009 com lucros.

A companhia liderada por Andy Harrison atribui ontem a degradação dos resultados no primeiro semestre (de 1 Outubro a 31 de Março) ao incremento de custos com combustíveis, que subiram 35% ou 90,6 milhões de libras (cerca de 101,3 milhões de euros), para 356,5 milhões (cerca de 401,2 milhões de euros), e o facto de este ano não incluir o “pico” da Páscoa (com um impacto estimado em 13,7 milhões de libras; cerca de 15,4 milhões de euros), ao contrário do que aconteceu em 2007/2008.

Isto mesmo salientou Andy Harrison, que destacou que o agravamento da factura do combustível, para o qual contribuiu principalmente ter hedgings a valores superiores aos actuais preços de mercado, significou para a easyJet um aumento do custo do fuel por lugar em 3,87 libras ou 34,1%, para 15,23 libras.

As contas divulgadas pela easyJet mostram que, no entanto, também os restantes custos operacionais, com um aumento em 16,2%, para 727,2 milhões, cresceram mais do que a receita, que subiu 15,8%, para 1.032,8 milhões de euros.

Os dados da companhia indicam que, excluindo a receita da venda de dois aviões em Fevereiro (13,3 milhões de libras) e custos de integração da GB no ano passado (9,1 milhões de libras), perdeu 5,54 libras por lugar colocado no mercado no primeiro semestre 2008/2009, mais 166,3% que no período homólogo do exercício anterior, reflectindo um agravamento dos custos por lugar em 22,7%, para 49,66 libras (+18,2% quando se exclui o fuel, para 34,43), enquanto o aumento da receita por lugar foi de 14,9%, para 44,12 libras.

Por lugar x quilómetro voado no semestre (medida mais utilizada na aviação), as contas da easyJet mostram que o prejuízo agravou-se 154,1%, para 0,52 pence, pela subida do custo unitário em 17,1%, para 4,70 pence (+12,8% sem fuel, para 3,26 pence), enquanto a receita unitária aumentou 9,6%, para 4,17 pence.

O aumento da receita unitária, por sua vez, reflecte principalmente um aumento de preços, embora também tenha uma contribuição da melhoria da taxa de ocupação dos voos.

A easyJet indicou que a tarifa média subiu 8,3%, para 34,99 libras (cerca de 39,4 euros) e que a subida da taxa de ocupação foi de 1,7 pontos, para 82,9%, decorrente de um incremento em 2,9% do número de lugares vendidos, para 19,4 milhões, enquanto a capacidade teve um incremento de apenas 0,8%.

A subida da tarifa média tem associado no entanto um efeito cambial significativo (a câmbios constantes seria de 0,2%), pela desvalorização da libra face ao euro, bem como um aumento do peso das receitas em euros no conjunto da facturação da companhia (de 39% para 44%).

A subida da receita reflecte ainda um aumento em 50%, para 9,12 libras por lugar, das chamadas receitas complementares (ancillary), que no semestre totalizaram 213,6 milhões de libras (cerca de 240,4 milhões de euros), mais 51,3% que um ano antes, tendo passado de 15,8% da facturação total no primeiro semestre 2007/2008 para 20,7% em 2008/2009.

A informação da easyJet mostra que o maior crescimento dessas receitas ocorreu com os valores que cobra por transporte de bagagens e equipamentos desportivos, que aumentaram 82,4%, seguindo-se a utilização de cartões e custos de mudanças [de voos], com +42,4%, o serviço de embarque rápido (speedy boarding) e outras taxas, cujos proveitos subiram 31,7%, e as receitas de parcerias, que aumentaram 28,8%, enquanto as receitas de vendas a bordo estagnaram.






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