Brasil - Internacional deve continuar em queda, diz Snea
O Snea fez um levantamento sobre o comportamento de segmento internacional no primeiro trimestre de 2009. De acordo com o sindicato o mercado internacional de transporte aéreo regular de passageiros, refletindo a atual crise econômica mundial, apresentou uma redução da demanda de 10,7%, sendo que no mês de março verificou-se a maior queda (13,2%) em comparação com 2008. O Snea alerta que o problema pode se agravar até que ocorra a recuperação da economia mundial, e teme que a liberação de tarifas em voos internacionais traga más consequências para as companhias brasileiras.
De acordo com o levantamento do Snea, neste trimestre, apesar da redução de 8,9% na oferta de assentos quilômetros (ASK), em relação ao mesmo período do ano anterior, devido a saída da Varig/Gol e da OceanAir do mercado de longo curso, o aproveitamento médio de 68% das aeronaves em vôos regulares pelas empresas brasileiras mostrou tendência de queda, considerando, principalmente, o aproveitamento médio de 62% observado no mês de março.
O Snea avalia que “é possível que promoções e vendas agregadas busquem melhorar o aproveitamento médio das aeronaves e dos hotéis, com pacotes visando aumentar a ocupação”. “Tal inversão de tendência ficará sujeita às condições mais favoráveis na relação da taxa cambial entre o real e o dólar/euro no decorrer dos próximos meses”, acrescenta.
A situação geral do setor de transporte aéreo regular de passageiros no mercado internacional, sob a ótica das empresas brasileiras, ficou comprometida com a promulgação da resoluçãoda Anac, que alterou a política tarifária internacional. “Pode se aguardar uma `queima´ de preços em função do significativo percentual médio de assentos vazios das congêneres estrangeiras”, alerta o Snea.
“Neste contexto, a recuperação setorial pode sofrer ainda outras dificuldades geradas pela necessidade de redução dos preços das passagens (com queda nos yields), em movimento de “match” (encontro) com os valores praticados pelas suas congêneres de bandeira dos países desenvolvidos, conduzindo a maiores perdas financeiras e problemas mais complexos na superação da atual crise internacional. Assim, as condições de saúde econômica e financeira das empresas aéreas brasileiras, atuando no mercado internacional, estão na dependência de fatores exógenos da conjuntura mundial e de decisões administrativas e regulamentares do governo brasileiro”, conclui.