Brasil - Conheça o VLS (Veículo Lançador de Satélites)
Os lançadores para micro e pequenos satélites têm o objetivo de contribuir para a finalização do Veículo Lançador de Satélites (VLS), incluído na Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), e desenvolver novos veículos da mesma classe, com a missão de lançar satélites entre 100 a 300 Kg, em órbita circular, de 250 a 1000 Km de altitude. No segmento de veículos da mesma classe destaca-se o Veículo Lançador de Microssatélite, doravante denominado VLM, para atendimento às missões de colocação em órbita de satélites até 100 Kg.
O desenvolvimento do VLS-1 teve, efetivamente, o seu início em 1984, após o primeiro lançamento do foguete Sonda IV. O projeto do VLS-1 baseou-se numa premissa de que o sistema deveria fazer o máximo uso da tecnologia, dos desenvolvimentos e das implantações já disponíveis no País. O embargo sofrido pelo País, por muitos anos, no que se refere ao fornecimento de componentes com aplicação espacial, fez com fossem aplicadas soluções de contorno para a substituição de componentes inicialmente especificados para o projeto VLS-1, então disponíveis para a venda no mercado ocidental. Isto acarretou a necessidade de novos desenvolvimentos e/ou a procura de novos fornecedores, acarretando atrasos sucessivos no programa de desenvolvimento do projeto.
As novas tecnologias e componentes desenvolvidos para o VLS-1 foram testados, dentro do possível e disponível para a ocasião, não apenas na série de veículos Sonda IV, mas também no veículo denominado VS-40, onde se qualificou em vôo componentes da parte alta do VLS-1, incluindo o seu quarto estágio, que precisava ser testado em condições de vácuo.
Para se chegar ao modelo atual do VLS-1, foram analisadas quinze concepções, chegando-se, ao final, à configuração em cluster, com quatro propulsores geometricamente distribuídos em torno de um corpo central, configuração semelhante à utilizada em diversos lançadores operacionais. O seu desenvolvimento é uma conseqüência natural de aproximadamente 25 anos de experiência acumulada pelo IAE em foguetes de sondagem.
O VLS-1 tem a característica de ser veículo convencional, da classe dos pequenos lançadores, descartável, com quatro estágios, com comprimento de 19 metros, com massa total de 50 toneladas lançado de uma plataforma terrestre, e um empuxo que chega a 1000 KN. A propulsão inicial é garantida por motores a propelente sólido, em todos os estágios, com capacidade de colocar em órbita circular, de 250 a 1000 Km de altitude, satélites de 100 a 300 Kg.
Abaixo destaca-se cada estágio do VLS-1:
O VLS-1, atualmente, é o principal projeto de lançadores satelitizadores, onde encontra-se na fase de qualificação em vôo. Até o presente, foram construídos três protótipos e efetuados dois lançamentos a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Nos lançamentos dos protótipos V01 e V02, realizados entre 1997 e 1999, respectivamente, problemas técnicos impediram o cumprimento da missão, mas permitiu a qualificação em vôo de diversos componentes do veículo. O protótipo V03, cujo lançamento deveria ter ocorrido em 2003, resultou em acidente, em 22 de agosto daquele ano, antes da tentativa de lançamento.
Nos lançamentos de qualificação, o VLS foi programado para cumprir a seguinte trajetória:
Trajetória no lançamento do VLS
Crédito: IAE
O Projeto VLS-1 vêm contribuindo sensivelmente para o desenvolvimento de tecnologias e da indústria nacional, principalmente a relacionada ao setor espacial, beneficiária da transferência de tecnologia de ponta desenvolvida no IAE e com encomendas de fabricação de componentes nas área de mecânica de precisão, eletrônica, propulsão, materiais sensíveis, entre outros.
Como exemplo da participação industrial, temos abaixo a indicação de algumas empresas e subsistemas fornecidos para o VLS:
No fornecimento de matéria-prima e padonizados
Nos serviços de conformação mecânica e usinagem
Na fabricação de proteções térmicas
De tratamento térmico e envelopes-motores
Na fabricação de envelopes-motores e componentes de material composto
Nos componentes pirotécnicos etc.
Encontra-se em fase de estudos de definição e desenvolvimento e qualificação de seus sistemas e subsistemas, que serão testados no foguete de sondagem VS-43, o Veículo Lançador de Microssatélite, denominado VLM, para atendimento às missões de injeção em órbita de satélites até 100 Kg.
O VLM será um veículo de quatro estágios, que tomará como base a parte central do VLS-1, os 2º, 3º e 4º estágios do VLS-1, acrescido de um 4º estágio e lançado da mesma plataforma do VLS-1.
FONTE: Agência Espacial Brasileira