BA regista primeiros prejuízos desde 2002 e retira 16 aviões de operação
A British Airways registou prejuízos de 375 milhões de libras (425,4 milhões de euros), no ano fiscal 2008/2009 que terminou a 32 de Março passado, os primeiros prejuízos anuais desde 2002, com 220 milhões de libras (249,6 milhões de euros) de prejuízos operacionais, apesar de um aumento das receitas em 2,7% para 8.992 milhões de libras (cerca de 10 milhões de euros).
Os prejuízos registados no ano fiscal de 2008/2009, contrastam com os lucros de 712 milhões de libras registados no ano fiscal de 2007/2008, refere o grupo em comunicado, na apresentação dos resultados do ano fiscal.
“A reduzida procura de passageiros e carga e o alto custo dos preços do combustível no Verão passado contribuíram para os nossos 220 milhões de prejuízos operacionais, uma vez que a nossa conta total de fuel chegou quase aos três mil milhões de libras”, afirmou o CEO da companhia, Willie Walsh, citado em comunicado.
“A prolongada tendência de abrandamento global torna este no mais duro ambiente económico que já enfrentámos e, não havendo melhorias imediatas visíveis, as condições de mercado continuam desafiadoras”, afirma ainda.
A receita no trimestre caiu 4% para 1,9 mil milhões de libras, pelo aumento dos custos operacionais em 13,3%, resultando em perdas operacionais de 309 milhões de libras.
No ano, as receitas registaram um aumento de 4%, mas excluindo os efeitos de câmbio, a receita teria caído 3,7%.
As receitas por passageiro aumentam 3,1% para 7,98 mil milhões de libras, enquanto a capacidade caiu 0,7%.
A BA anunciou que vai retirar de operação até 16 aviões e reduzir a capacidade no Inverno em 4%.
No ultimo trimestre do ano fiscal, a companhia alterou a sua estratégia, passando a apostar em manter os aviões mais cheios, tornando-se “mais sensível” quanto ao preço.
O tráfego premium começou a cair em Agosto, o que levou a companhia a fazer “acções significativas de preço” para “estimular os volumes de tráfego não Premium” que se mantiveram sem alteração no ano.
A procura, medida em RPK (do inglês para passageiros x quilómetros) caiu 3,4%, enquanto o total de passageiros transportados pela companhia caiu 4,3% para 33,1 milhões.
Devido à “considerável incerteza quanto à possível duração do abrandamento económico”, e à não melhoria no último trimestre de níveis de volume de tráfego e Yieled, a BA decidiu “não emitir qualquer linha guia para o primeiro semestre ou ano, devido à dificuldade em prever receitas”.
No entanto, a companhia antecipa que haverá um impulsionador derivado dos custos de fuel, e vai contar com mais reduções de custos pela capacidade e outras medidas de contenção de custos, para “mitigar a deterioração das receitas”.
A BA também indicou que não vai declarar dividendos.