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Air France – KLM fecha no vermelho pela 1ª vez Grupo perde 814 milhões no exercício 2008/09



O grupo Air France – KLM, nº 1 europeu na aviação, entrou em prejuízos num ano fiscal pela primeira vez desde 2003, tendo uma perda de 814 milhões de euros no exercício 2008/2009, terminado a 31 de Março.

No exercício anterior, o grupo tinha apresentado 756 milhões de euros de lucros.

As contas divulgadas ontem indicam que a receita caiu 0,6%, para 23,97 mil milhões de euros, enquanto os custos totais subiram 6,1%, para 24,1 milhões, com um aumentos de 8,1% nos serviços externos, para 14,9 mil milhões, nos quais avulta a factura de combustíveis, que subiu 24,7%, para 5,7 mil milhões.

O balanço indica que a queda das receitas foi ditada por uma redução em 1,7% dos proveitos do transporte aéreo de passageiros, para 18,832 mil milhões de euros, com uma queda em 1,4% no negócio de transporte aéreo regular, para 17,937 mil de euros.

A queda destes proveitos foi ditada tanta por redução da procura como por perda de rentabilidade da operação, que levaram a que o transporte de passageiros tenha registado em 2008/2009 uma perda operacional de 21 milhões de euros, quando em 2007/2008 tinha gerado 1,3 mil milhões de euros de lucro.

O tráfego de passageiros caiu 1,2% no exercício face a um aumento médio da capacidade em 2,4%, o que ocasionou uma redução em 1,2 pontos da taxa de ocupação média no ano, para 79,7%.

Esta descida da taxa de ocupação teve ainda associada uma queda em 2,2% do preço médio que as companhias do grupo cobraram, evidenciada por uma queda do yield (receita por passageiro transportado um quilómetro) em 2,2% (-0,1% se descontadas flutuações cambiais), para 8,58 cêntimos do euro.

As quedas da taxa de ocupação e do yield resultaram numa degradação da rentabilidade da operação medida pela receita unitária (receita por lugar x quilómetro colocado no mercado) em 3,7% (-1,6% a câmbios constantes), para 6,84 cêntimos do euro, enquanto o custo unitário subia 3,9% (+0,1% a câmbios constantes), para 6,78 cêntimos.

“O ano fiscal 2008/2009 foi de metades constantes”, declarou o CEO do grupo, Pierre-Henri Gourgeon, em declaração publicada no comunicado com as contas de 2008/2009, referindo que a resiliência evidenciada na primeira metade foi completamente anulada pelo impacto da crise económica global na segunda parte do exercício.

“O tráfego de negócios e de carga foram especialmente afectados, provocando um decréscimo das receitas que acelerou no quarto trimestre [primeiros três meses de 2009]”, acrescentou.

As contas do grupo indicam que nos primeiros três meses deste ano o tráfego caiu 5,8% e o yield caiu 8,8% (-9% a câmbios constantes), para 7,97 cêntimos de euro, provocando uma queda da receita unitária em 11,8% (-11,9% a câmbios constantes), para 6,02 cêntimos de euro.

A queda da receita unitária de forma mais acentuada que o yield reflecte a descida da taxa de ocupação média em 2,5 pontos para 75,5%, já que a queda do tráfego superou a redução de capacidade em 2,7%.

As receitas de passagens nestes primeiros três meses de 2009 tiveram assim uma queda de 14,3%, para 3,893 mil milhões de euros, com uma queda de 14,1% no transporte regular de passageiros, para 3,685 mil milhões.

Do lado dos custos, a informação indica que o custo unitário (por lugar x quilómetro colocado no mercado) também se reduziu, em 2% (0,2% a câmbios constantes), para 6,6 cêntimos de euro, mas de forma menos pronunciada que a redução de capacidade (-2,7%), o que, com a queda da receita unitária, contribuiu para um prejuízo operacional de 402 milhões de euros, que compara com oito milhões de lucro nos primeiros três meses de 2008.






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