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Portugal - Grupo TAP perde 320,95 milhões em 2008 Situação “exige novos parceiros”, diz Parpública



A TAP, SGPS, holding que tem como principal participada a TAP – Transporte Aéreo, teve 320,95 milhões de euros de prejuízos em 2008, com as perdas operacionais a atingirem os 198 milhões, o que representa uma degradação em 358%, apesar de um aumento dos proveitos na ordem de 300 milhões, indica a holding Parpública, detentora da totalidade do capital do grupo aéreo, no seu relatório do exercício de 2008.

O documento, revelado ao princípio da madrugada de hoje pelo portal do “Jornal de Negócios”, explicita que “esta evolução extremamente negativa foi determinada pelo desempenho da área do transporte aéreo”, penalizada pela escalada dos preços do combustível.

“Enquanto os proveitos operacionais cresceram 13,6%, o aumento dos custos de exploração ultrapassou os 28%, traduzindo em especial o aumento dos custos com combustível, que registaram um muito expressivo acréscimo, tendo atingido os € 703 milhões, o que representa um crescimento superior a € 280 milhões, mais 66,8% face ao verificado em 2007, que não é possível repercutir nas tarifas”, lê-se no documento.

A informação indica ainda que os custos com pessoal subiram “quase 10% em consequência também do aumento do número de colaboradores e os FSE (sem combustível e leasing de aviões), evoluíram 14,8% face a 2007”.

O relatório da Parpública refere também que apesar do ano complicado para o Grupo TAP, “a área da manutenção e engenharia apresenta uma evolução positiva dos seus resultados”, observando que no entanto “o aumento dos proveitos operacionais (11,6%) decorre essencialmente do crescimento dos trabalhos para a própria empresa (15,3%), já que a assistência a terceiros cresceu a um nível inferior (8,9%)”.

A análise que a Parpública apresenta sobre “o desempenho negativo do Grupo TAP” é de que “demonstra que as reformas em curso foram insuficientes para reestruturar a companhia e criar condições de sustentabilidade e de capacidade de resposta às condições de mercado”, embora também assinale que a crise apanhou o grupo aéreo português numa “fase crítica” de uma estratégia com “ambiciosos objectivos”.

“A crise, cujos primeiros sinais eram já visíveis em 2007, coincidiu com uma fase crítica do desenvolvimento da estratégia adoptada pelo grupo TAP que assentava em ambiciosos objectivos de crescimento traduzidos no aumento da frota e no reforço das suas posições accionistas nas áreas operacionais, designadamente na manutenção e no transporte aéreo, através das aquisições da VEM – Varig Manutenção e da Portugália”, diz a Parpública, que conclui pela necessidade da entrada de novos parceiros.

“O sucesso desta estratégia e a criação de condições de sustentabilidade do Grupo estão assim dependente da concretização do potencial de valor destes projectos e da entrada de novos parceiros, tanto mais que a estrutura de capitais do Grupo era já bastante frágil”, indica o accionista, que também se refere à “degradação da situação financeira do Grupo”, com o passivo financeiro a aumentar 200 milhões de euros, subindo para 1,4 mil milhões, e indica que os Capitais Próprios da TAP SGPS a 31 de Dezembro de 2008, pela perda no exercício, caíram para -266,16 milhões de euros.

A análise da Parpública é de que essa evolução reflecte uma “conjuntura internacional extremamente adversa”, bem como a “insuficiente competitividade do Grupo TAP, em particular na área do transporte aéreo, e a inerente rigidez da estrutura de custos, que condiciona a sua capacidade de resposta às adversas condições do mercado”, e ainda que “as medidas adoptadas ao longo do ano visando reduzir os custos, não foram suficientes para controlar e limitar os efeitos da crise”.

“O desempenho negativo do Grupo TAP demonstra que as reformas em curso foram insuficientes para reestruturar a companhia e criar condições de sustentabilidade e de capacidade de resposta às condições de mercado, situação que num contexto adverso caracterizado pela pressão sobre a procura e pela grande volatilidade do preço dos combustíveis, colocou o Grupo numa situação altamente deficitária”, lê-se no documento.

Este quadro e a evolução ocorrida no sector em 2008, diz a Parpública, “obriga a repensar a estrutura e a dimensão do grupo para alcançar níveis acrescidos de produtividade do capital e do trabalho e exige novos parceiros, já que a volatilidade do preço dos combustíveis, a crise económica, que afecta o crescimento da procura, sobretudo nos segmentos mais rentáveis, a concentração crescente do sector ao nível europeu, criaram um contexto competitivo novo, a que urge dar resposta”.

O relatório da Parpública, não obstante essa análise e de citar as previsões da IATA que apontam para perdas substanciais este ano por parte da aviação comercial, indica que “prevê-se que em 2009 a situação do transporte aéreo se equilibre, face às medidas que estão a ser tomadas mesmo se as perspectivas não apontam para ganhos significativos”, que não são especificadas.

O documento assinala apenas, ao referir-se à evolução recente do sector da aviação, que “as companhias que dispõem de maior capacidade de resposta para reagir à conjuntura desfavorável estão a adoptar medidas que passam pela aposta no segmento de baixo custo, na criação de novas taxas para serviços gratuitos até à data, adiamento da recepção de novos aviões, redução de unidades de serviço e encerramento de rotas de fraca rentabilidade”.






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