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Portugal - Administração e pilotos da PGA esgrimem versões diferentes sobre posições negociais



O administrador da PGA, subsidiária da TAP, acusou hoje o Sindicato dos Pilotos de ter avançado para a greve mesmo antes de haver uma “reunião formal de negociações”, enquanto a organização sindical contrapõe que “a greve só foi decretada ao fim de 18 meses de negociações” infrutíferas.

O administrador da PGA, Luís Lapa, falava em conferência de imprensa sobre o conflito na companhia (clique para ler: PGA espera este ano um resultado “bem melhor” que em 2008 e Administração da PGA diz que greve de pilotos
pode por em causa viabilidade da empresa
), durante a qual garantiu que a empresa está “completamente disponível” para negociar com os pilotos, embora também tenha acrescentado que só reunirá com o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) “sob condições laborais normais”.

Luís Lapa afirmou nesse encontro com a Imprensa que as regras de trabalho da companhia “estão em linha com as normas europeias”, outro aspecto em que a posição da empresa contrasta com afirmações do Sindicato, e apelou para o “bom senso e sentido de responsabilidade dos pilotos”.

Também quanto ao impacto da greve para a companhia, o administrador da PGA contradisse afirmações do SPAC, ao afirmar que “é bem menos” do que os 500 mil euros avançados pelo Sindicato, mas sem indicar um valor.

Durante o encontro com os jornalistas, Luís Lapa não rejeitou a possibilidade da companhia poder encerrar, mas afirmou que essa “não é a única solução” e que “há sempre três ou quatro caminhos possíveis”.

“Vamos fazer aquilo que acharmos melhor para a companhia”, garantiu, acrescentando que a administração tem um “plano de contingência”, sob o qual não revelou pormenores.

Em comunicado divulgado hoje, quando decorre mais um dia de greve dos pilotos da PGA, o SPAC afirma que só enveredou por essa acção “ao fim de 18 meses de negociações em que claramente a Administração da PGA agiu de má-fé sem nunca ter revelado a intenção de fazer concessões razoáveis e responsáveis aos Pilotos”.

O SPAC renova a acusação de “a PGA é a única operadora da Star Alliance, na União Europeia, que não tem um acordo de empresa para os Pilotos” e diz que “as regras de trabalho aplicadas na PGA foram desfavorecidas em relação à regulamentação oficial, através de uma derrogação solicitada ao INAC, das normas aplicáveis aos serviços de voo repartido”.

“Nas companhias aéreas a operar em Portugal (TAP e SATA) e nos concorrentes regionais estrangeiros, os limites aplicáveis são muito mais conservadores e onerosos do que os aplicados na PGA”, diz ainda o SPAC, que também invoca que os limites aos tempos de trabalho, no caso da subsidiária da TAP, “tornaram-se uma regra, em especial com a deslocação da base operacional da PGA para o Porto, impondo uma perigosa saturação dos Pilotos”.

“Esta situação é insustentável no tempo, eleva os riscos operacionais e degrada a segurança de voo”, acusa o SPAC, que também argumenta que a sua proposta de utilização dos Pilotos da PGA “é razoável e equilibrada, conferindo à empresa uma substancial vantagem de custo face aos seus concorrentes regionais directos e indirectos e assegurando a sua viabilidade sustentada no longo prazo”.

O comunicado diz ainda que os pilotos da PGA “continuam a aguardar da Administração da PGA uma proposta de utilização séria e convergente com os padrões de segurança exigíveis a um operador do espaço da União Europeia e membro da Star Alliance” e garante que o Sindicato “está e sempre esteve aberto a negociações sérias e credíveis”, avisando que, porém, “não faz, em nenhuma circunstância, as concessões irresponsáveis e insensatas exigidas pelas administrações do Grupo TAP”.

O SPAC, além da paralisação em curso hoje, tem ainda marcadas greves dos pilotos da PGA para os próximos sábado e domingo, dias 18 e 19.






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