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Obama ficou 'furioso' com exercício do Air Force One em NY


Oficiais afirmam que sobrevoo que assustou a cidade foi feito para atualizar as fotografias da aeronave

Agências internacionais

NOVA YORK - Um oficial da Casa Branca pediu desculpas na segunda-feira, 27, depois que um dos aviões presidenciais sobrevoou a cidade de Nova York em baixa altitude, relembrando os nova-iorquinos dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, causando pânico nas ruas e avenidas de Manhattan.

De acordo com a Administração de Aviação Federal (FAA, na sigla em inglês), a aeronave - um modelo do Departamento de Defesa equivalente a um Boeing 747 - estava na área em "uma missão de foto aérea" com escolta de dois jatos F-16. O exercício também teria servido como treinamento para tripulantes da frota presidencial, que quando leva o presidente dos EUA recebe o nome de Air Force One. Não foi revelada a razão pela qual as fotos foram tiradas. Dois oficiais afirmaram à CNN que o Escritório Militar da Casa Branca tentava atualizar as fotos de arquivo do Air Force One. Segundo eles, Barack Obama ficou irritado quando soube do incidente em NY. "O presidente ficou furioso sobre isso".

A FAA afirmou que notificou o poder público de Nova York e New Jersey, incluindo as autoridades policiais e dos serviços de emergência. No entanto, o Departamento de Polícia de Nova York disse que recebeu recomendações das autoridades federais para que não divulgasse informações sobre a missão e encaminhasse todos os telefonemas sobre o exercício diretamente para a FAA. A porta-voz da Força Aérea, Angela Webb, não soube explicar o motivo pelo qual a população não foi informada.

"Na semana passada, aprovei a missão sobre Nova York. Assumo a responsabilidade pela decisão", afirmou Louis Caldera, diretor do Escritório Militar da Casa Branca. "Ainda que autoridades federais tenham adotado todos os passos para notificar as autoridades locais em Nova York e Nova Jersey, está claro que a missão causou confusão e distúrbios", afirmou.

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, também ficou furioso com o incidente. Ele criticou o governo federal e sua própria administração por não terem comunicado a população. "A boa notícia é que tudo não passou de uma operação sem consideração, mal planejada e insensível, feita com o dinheiro do contribuinte", afirmou Bloomberg. "Se eu soubesse, teria telefonado imediatamente pedindo o cancelamento do exercício. Eles deveriam saber o quão sensíveis as pessoas ficariam ao presenciar aviões sobrevoando a área do World Trade Center em baixa altitude."

Desavisados sobre a missão, centenas telefonaram para os serviços de emergência e deixaram os prédios nas proximidades de onde era localizado o World Trade Center à procura de proteção. "Ninguém foi informado que isso ocorreria, então todo mundo entrou em pânico", disse o investidor John Leitner, que trabalha em um dos edifícios da área. Ele afirmou que cerca de mil pessoas se aglomeraram perto do Rio Hudson até um funcionário de segurança informar que o sobrevoo era um exercício planejado.

Entre os que entraram em pânico estavam vários funcionários do jornal The Wall Street Journal, que viram o avião passar perto das janelas da redação. "Foi uma cena assustadora, especialmente para quem estava aqui no 11 de Setembro", disse Kathleen Seagriff, assistente de redação.





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