Coreia do Norte cumpre promessa e lança foguete; ONU discute retaliação
colaboração para a Folha Online
A Coreia do Norte cumpriu neste sábado a promessa de lançar um foguete de longo alcance carregando um satélite civil de comunicação, e já comemora o sucesso da operação. Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão confirmaram o lançamento, mas o Comando Aeroespacial dos EUA e o Ministério da Defesa sul-coreano negaram o êxito da instalação do satélite em órbita. O lançamento ocorreu por volta das 11h30 deste domingo (23h30 de sábado pelo horário de Brasília),com forte pressão da Coreia do Sul e dos EUA.
Veja o que está em jogo
Saiba mais sobre a Coreia do Norte
Governo sul-coreano afirma que lançamento do foguete é "grave ameaça" à paz mundial
Coreia do Norte alegou satélite para atirar míssil no Japão em 1998; veja cronologia
Segundo autoridades japonesas, que negou intenção de ataque a seu território, o foguete caiu a cerca de 2.100 quilômetros ao leste de Tóquio. Segundo Pyongyang, o satélite transmitiu músicas do general Kim Il-sung e do ditador Kim Jong-il, com os discursos sobre a fundação do Estado comunista.
Anteriormente, o Ministério da Defesa do Japão afirmou que a primeira fase do foguete caiu no mar, a 280 km da costa oeste do país. Horas antes do lançamento, o governo norte-coreano ativou os radares situados ao redor da base Musudanri, ao nordeste do país, de onde o foguete teria sido lançado.
Mesmo com a ausência de um ataque formal, o Japão pediu uma reunião emergencial neste domingo no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), por considerar que o lançamento fere as regras da entidade, mesmo se tratando de um satélite civil.
O país prometeu que irá pedir, junto ao conselho, a prorrogação das sanções contra a Coreia do Norte --que expiram no próximo dia 13-- por mais um ano, em vez de seis meses. As sanções proíbem a importação de produtos norte-coreanos por parte do Japão, assim como as exportações de muitos produtos japoneses para a Coreia do Norte e a entrada em águas territoriais japonesas dos navios de bandeira norte-coreana.
Lee Jae-Won/Reuters | ||
Multidão sai às ruas de Seul (Coreia do Sul) para protestar contra o lançamento de foguete da Coreia do Norte |
EUA
Em Praga, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considerou o ataque uma "provocação" e disse que nenhum país "tem direito de colocar a estabilidade mundial em risco com a utilização de armas nucleares".
O lançamento do artefato provocou forte comoção da comunidade internacional, em especial da Coreia do Sul, que continua a manter as tropas em alerta na fronteira.
Obama prometeu buscar apoio junto ao Senado para ratificar o Tratado para a Proibição Completa das Experiências Nucleares. O Tratado que havia sido ratificado por 148 países entrará em vigor após a assinatura dos Estados Unidos, China, India, Paquistão, Israel, Irã, Egito, Indonésia e Coreia do Norte.
ONU
O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, disse neste domingo que o lançamento do foguete norte-coreano não ajuda em nada nos esforços para assegurar a paz e a estabilidade regionais e pediu a Pyongyang que cumpra as resoluções do Conselho.
"Devido à instabilidade na região, um lançamento deste tipo não vai em direção aos esforços para promover o diálogo, a paz regional e a estabilidade", afirmou o secretário-geral em um comunicado divulgado pelo seu escritório de imprensa.
Arte/Folha de S.Paulo | ||