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Brasil - LAAD 2009: Segundo Dia


Thales quer crescer no País

Laurent Mourre, diretor-geral da Thales International no Brasil conversou com a reportagem de T&D sobre as atividades e perspectivas do grupo francês A Thales já tem vários negócios nas áreas de radares (CINDACTAs), sistemas de comunicações, optrônicos para forças policiais, entre outras. Como acionista relevante do estaleiro DCNS e também como provedora de importantes sistemas eletrônicos, a Thales participará ativamente do projeto dos submarinos diesel-elétricos baseados no modelo Scorpène, adquiridos no final do ano passado.

Importante protagonista industrial da parceria estratégica entre o Brasil e a França, a Thales vê ainda chances concretas de negócios no Programa F-X2, como integrante do consórcio Rafale International, navios-patrulha oceânicos, fragatas FREMM, satélites de comunicações governamentais, radares de defesa aérea, veículos aéreos não-tripulados (VANTs) e redes de vigilância marítima.

O grupo está trabalhando intensamente para conquistar, senão todos os negócios, uma parte bastante significativa, consolidando-se como importante player no setor. Um indicativo da importância que a Thales está dando ao mercado brasileiro é a presença de cerca de 70 executivos nessa edição da LAAD, das mais variadas divisões, algo nunca visto antes.

Questionado sobre o andamento do F-X2, Mourre respondeu que a concorrência caminha bem, acrescentando que uma proposta revisada da Rafale deve ser entregue ao Comando da Aeronáutica no mês que vem.

A diversidade da Atech

O estande da Atech, tradicional expositora da LAAD evidencia a diversidade nas áreas de atuação e projetos da fundação brasileira, mas sempre com algo em comum: envolvimento de alta-tecnologia. T&D conversou com Claudio Carvas e Giacomo Staniscia, executivos do grupo sobre os projetos em que a fundação e empresas coligadas estão envolvidas.

Carvas recentemente assumiu a diretoria da Atmos, empresa 100% controlada pela Atech e que desenvolve e produz radares meteorológicos, realiza a manutenção e atualização de radares e eletrônica sofisticada, entre outras atividades. A Atmos é contratada da Marinha do Brasil para a manutenção de vários equipamentos eletrônicos embarcados . Recentemente, a empresa também anunciou ter conquistado um contrato para a manutenção de radares do SIVAM construídos pela Lockheed Martin, sendo, inclusive, possível a produção local de alguns componentes desses equipamentos no futuro. Carvas revelou também que existem conversações entre a Atmos e a Raytheon com o mesmo propósito. Em paralelo, a Atmos forneceu um radar meteorológico ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), que esta em fase de testes.

Ao ser questionado sobre o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), Carvas destacou o interesse da Atech, por meio da Atmos, em participar de algum modo da integração do sistema de comunicações via satélite e na absorção de possível transferência de tecnologia caso os satélites sejam contratados junto a um fornecedor estrangeiro.

Quanto às possibilidades de novos negócios, Giacomo Staniscia mencionou o projeto de redes de vigilância marítima e terrestre, de grande interesse do Ministério da Defesa e a modernização dos sistemas de defesa aérea dos CINDACTAS, o que possivelmente deve ocorrer em médio prazo.


Em relação ao F-X2, um dos principais temas discutidos na LAAD, Claudio Carvas afirmou que todos os três concorrentes já procuraram a Atech para discutir possíveis parcerias caso sejam escolhidos. Dada a experiência do grupo em integração de sistemas, é tido como altamente provável a sua participação no projeto, seja colaborando na integração de sistemas e armas, seja absorvendo tecnologias.

A Atech tem logrado sucessos em exportações de bens e serviços em países como a Venezuela e Aruba, apenas para citar alguns. Mas existem muitas outras iniciativas em discussão ou andamento. Giacomo Staniscia revelou que a Atech trabalha na implantação, no Peru, de um sistema para controle de tráfego aéreo e defesa área. Existem conversas para a implantação do mesmo sistema na Colômbia e no Chile.

A Atech também está atenta a oportunidades na África, como em Angola, em que negocia a sua participação no desenvolvimento e integração de sistemas de vigilância marítima e na Argélia, onde participa consorciada com a construtora Odebrecht de uma concorrência para a construção de um grande centro científico e tecnológico em tecnologia militar.

Canhões navais

A Atmos e a britânica BAE Systems firmaram parceria para participarem de concorrência, a ser lançada em breve, para o fornecimento de canhões que equiparão os navios-patrulha de 500 toneladas da Marinha do Brasil. A companhia brasileira participaria da produção da eletrônica do canhão, além da integração. A informação foi confirmada junto à Atech e à BAE Systems.

EADS destaca projetos

A EADS promoveu um café-da-manhã com a imprensa para a atualização de seus projetos e perspectivas no Brasil. O diretor-geral do grupo no País, Eduardo Marson, destacou o importante contrato conquistado pela Helibras/Eurocopter para a produção do helicóptero de transporte EC 725 no Brasil. Marson afirmou que o negócio exigirá uma grande ampliação da estrutura da fábrica da Itajubá (MG) e que o índice de nacionalização deverá ser de, no mínimo, 50%, devendo atingir até 75% em termos de valor do equipamento. Outro projeto destacado foi a da produção e redesenvolvimento de alguns sistemas do míssil Exocet da MBDA, empresa na qual a EADS tem relevante participação, por indústrias nacionais como a Mectron e Avibras.

Além do negócio em helicópteros, Marson também discorreu sobre algumas áreas de interesse do grupo. Foi noticiada a decisão da EADS Astrium e considerar o Brasil uma das três regiões prioritárias (as outras duas são os Estados Unidos e Oriente Médio) em espaço para o ano de 2009. O grupo, já há alguns anos, tem presença industrial no setor brasileiro de tecnologia espacial, através de participação societária na Equatorial Sistemas, empresa com sede em São José dos Campos (SP) e que tem envolvimento em projetos como o da Plataforma Multimissão (PMM) e CBERS.

Outras duas áreas foram destacadas: a possível aquisição pela Força Aérea Brasileira (FAB) de aeronaves para missões de reabastecimento aéreo (REVO), e veículos aéreos não-tripulados (VANTs). Eduardo Marson disse que a FAB enviou um RFI (Request for Information) para os dois maiores fabricantes de aeronaves de reabastecimento – Airbus, do grupo EADS, e a Boeing, e que aguarda uma definição em termos de prioridade. O grupo europeu oferece a versão reabastecedora do Airbus A-330, aeronave em operação no País pela TAM.

Em termos de VANTs, Marson disse que aguardava maiores detalhes sobre o RFI enviado pela FAB a alguns fabricantes mundiais de veículos não-tripulados, inclusive ao braço espanhol do grupo, a EADS CASA. Foi ressaltado que o grupo também possui outros avançados projetos de VANTs nas unidades da Alemanha e França, que, a depender do interesse da FAB, podem também ser considerados como opções.





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