Ryanair desacelera expansão e ocupação sobe três pontos em Fevereiro
A Ryanair, maior low cost europeia, com voos para o Porto e Faro, vendeu em Fevereiro 78% dos lugares que colocou no mercado, face a 75% no mês homólogo de 2008, apesar de um abrandamento significativo do crescimento, para 7,4%, porque mais forte foi ainda a “travagem” na oferta de lugares, que baixou para 3,3%.
A Ryanair, de acordo com os dados divulgados ontem pela low cost, transportou em Fevereiro cerca de 4,23 milhões de passageiros, mais cerca de 285 mil que no mês homólogo de 2008, face a um aumento em cerca de 168 mil do número de lugares que colocou no mercado, para cerca de 5,9 milhões.
O abrandamento do crescimento tanto da procura como da capacidade, no entanto, também deverá reflectir o facto de Fevereiro ter tido menos um dia que em 2008, bem como algumas linhas da companhia terem sido afectadas por condições climatéricas adversas em alguns aeroportos, que obrigaram ao cancelamento de voos.
Ainda assim, é preciso recuar a Novembro de 2008 para se encontrar um mês em que a expansão de capacidade da Ryanair tenha sido de apenas um dígito, mas por muito pouco (9,5%).
De resto, no ano passado a Ryanair teve um aumento médio da oferta de lugares em 18,8% e porque começou a “desacelerar” a partir precisamente de Novembro, quando se começaram a fazer com mais intensidade os efeitos da recessão económica.
Ainda assim em Dezembro de 2008 o aumento de capacidade foi de 10,6% e em Janeiro deste ano foi de 10,9%.
Os dados da low cost mostram que também a taxa de crescimento do número de lugares vendidos (que identifica como passageiros transportados por não admitir reembolsos ou mudança de voos quando os clientes não comparecem à partida) também desacelerou mas menos acentuadamente.
A Ryanair cresceu em média 17,6%, mas desde Novembro de 2008 que os aumentos não chegam aos 11%: 10,9% em Novembro, 10,6% em Dezembro, 10,9% em Janeiro deste ano e 7,4% no mês passado.
Ainda assim, a Ryanair é não só das poucas companhias que tem aumentos de passageiros na actual conjuntura, como está a inverter a tendência de queda das taxas de ocupação (em número de lugares vendidos face ao número de lugares disponíveis).
Em 2008 a Ryanair teve uma queda média da taxa de ocupação em 0,6 pontos, para 81,5%, mas desde Outubro que não tem quedas.
Em Outubro de 2008 teve os mesmos 85% que no mês homólogo de 2007, em Novembro melhorou 1,0 ponto, para 79%, em Dezembro voltou a igualar nos 79%, em Janeiro de novo igualou, nos 69%, e a subida de 3,0 pontos, para 78% em Fevereiro é a melhor variação dos últimos anos.
Aliás, o resultado de Fevereiro permitiu à Ryanair reduzir em cerca de 9,1% ou cerca de 116 mil o número de lugares vazios no conjunto dos voos, para cerca de 1,16 milhões, o que já não acontecia desde Abril de 2006.
No ano passado a Ryanair teve um aumento da ordem de 23% no número de lugares não vendidos, para cerca de 13 milhões, e ainda em Janeiro tivera um aumento em cerca de 10,9%, para cerca de 1,8 milhões.
A informação divulgada ontem pela Ryanair indica ainda que o crescimento nos 12 meses terminados em 28 de Fevereiro (1 de Março de 2008 a 28 de Fevereiro de 2009) está em 16,3%, para 58,4 milhões de lugares vendidos, menos quase um ponto do que nos 12 meses terminados a 31 de Janeiro (+17,2%, para 58,1 milhões).
Apesar desta desaceleração, a Ryanair passou de uma queda da taxa de ocupação nos 12 meses terminados em 31 Janeiro de 2009 face ao período homólogo terminado em 31 Janeiro de 2008, de 82% para 82%, para uma subida na mesma proporção (de 81% para 82%) quando se comparam os 12 meses terminados em 28 de Fevereiro de 2009 com o período homólogo terminado em 29 de Fevereiro de 2008.
Esta evolução reflecte também uma acentuada redução da expansão da oferta de lugares, de 18,6% nos 12 meses terminados em 31 de Janeiro para 14,9% nos 12 meses terminados em 28 de Fevereiro de 2009.