Portugal - Aeroportos portugueses caem 9,8% em Fevereiro; Queda em Faro atinge 20%
O movimento de passageiros nos aeroportos portugueses baixou 9,8% no mês de Fevereiro, com quedas de 9,6% nos aeroportos do Continente e dos Açores geridos pela ANA (e não 6,5% com diz um press release da empresa) e de 11,2% nos aeroportos do Funchal e do Porto santo, geridos pela ANAM — mostram os dados de tráfego a que o PressTUR teve acesso.
A queda de 6,5% nos aeroportos do Continente e dos Açores a que se refere o press release da ANA é descida a média nos dois primeiros meses de 2009, que é mais atenuada porque em Janeiro a queda tinha sido menor (-3,5%).
Fontes da aviação contactadas pelo PressTUR comentaram que o agravamento da queda em Fevereiro reflecte o acentuar do impacto da recessão económica no sector das viagens, bem como o facto de este ano ter tido menos um dia que em 2008 (que foi ano bissexto) e ainda o reflexo de uma Páscoa tardia.
Os dados a que o PressTUR teve acesso mostram que nos aeroportos do Continente a queda mais acentuada no mês de Fevereiro ocorreu em Faro, onde o movimento baixou 20%, seguindo-se Lisboa, com uma queda de 8,3%, e depois o Porto, com –5,4%.
Para os aeroportos dos Açores (em relação aos quais o PressTUR não dispõe de dados), a informação da ANA (comparando os valores que publicou) indica uma queda em 11,4%.
Em relação aos aeroportos da Região Autónoma da Madeira, os dados de tráfego mostram que no Funchal ocorreu uma queda de 10,5% e no Porto Santo atingiu 29,2%.
Em valor absoluto, a maior queda ocorreu em Lisboa, que teve menos cerca de 72 mil passageiros embarcados e desembarcados em Fevereiro que no mês homólogo de 2008, seguindo-se Faro, com menos cerca de 42 mil, Funchal, com menos cerca de 18 mil, Porto, com menos cerca de 15 mil, e depois Porto Santo, com menos cerca de dois mil.
A queda nos Aeroportos dos Açores equivale a uma redução de quase oito mil passageiros.
Lisboa, maior aeroporto do País, teve 800.102 passageiros embarcados e desembarcados de voos comerciais no mês de Fevereiro, o Porto teve 267.473 e Faro teve 170.429.
O movimento no aeroporto do Funchal foi de 151.993 passageiros e no aeroporto do Porto Santo foi de 4.739 passageiros.
Para os aeroportos dos Açores, a informação da ANA indica um total de 61.680 passageiros em Fevereiro.
Nos dois primeiros meses deste ano, o aeroporto de Lisboa está com 1.674.441 passageiros de voos comerciais, no Porto o movimento totaliza 569.726 passageiros e em Faro está em 328.128.
Lisboa tem uma queda em 6% ou menos cerca de 108 mil passageiros que no período homólogo de 2008, no Porto a queda é de 2,9% ou em cerca de 17 mil, e em Faro a queda atinge 13,3% ou cerca de 50 mil.
Lisboa teve em média nos primeiros dois meses deste ano (59 dias) 28.380 passageiros, menos 4,5% que há um ano (60 dias), o Porto teve 9.656, menos 1,3%, e Faro teve 5.561, menos 11,8%.
O movimento nos dois aeroportos da ANAM soma nos dois primeiros meses deste ano 326.273 passageiros, menos 9,5% ou menos cerca de 34 mil que no período homólogo de 2008, por quedas em 9,1% ou cerca de 31,5 mil no Funchal, para 313.144, e em 17,3% ou cerca de 2,8 mil no Porto Santo, para 15.878.
O tráfego médio por dia nos primeiros dois meses deste ano (59 dias) foi no Funchal de 5.308 passageiros, menos 7,6% que no período homólogo de 2008 (60 dias), e no Porto Santo foi de 223, menos 15,9% que há um ano.
Os quatro aeroportos dos Açores somam 131.618 passageiros de voos comerciais nos primeiros dois meses deste ano, menos 8,8% ou menos cerca de 12,7 mil que no período homólogo de 2008.
A média diária nos aeroportos dos Açores foi de 2.231 passageiros nos primeiros dois meses deste ano (59 dias), menos 7,3% que há um ano (60 dias).
Queda é mais acentuada nos voos internacionais
A queda do movimento de passageiros nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro no mês de Fevereiro e no acumulado dos dois primeiros meses deste ano é provocada por uma descida acentuada no tráfego em voos internacionais, liderada pelas low cost, que têm uma quebra em 13,5%.
Os dados de tráfego dos aeroportos do Continente a que o PressTUR teve acesso dão uma queda de 11,5% no movimento de passageiros em voos comerciais de e para outros países, o que equivale a uma redução em cerca de 137 mil face ao mês de Fevereiro de 2008, para 1.059.254.
Já nos voos domésticos, que incluem as ligações entre Lisboa, Porto e Faro e com as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, os dados mostram um crescimento em 4,3% ou cerca de 7,5 mil, para 178.750.
Este crescimento, porém, é ditado pelo Aeroporto de Lisboa, que tem um aumento do movimento de passageiros em voos domésticos de 8,7% ou cerca de dez mil, para 124.284, principalmente pela subida do tráfego nas ligações com as Regiões Autónomas em 12,5% ou cerca de 9,5 mil, para 84.847 mil, que, por sua vez, resulta da entrada da easyJet nas ligações entre Lisboa e o Funchal (embora também haja um crescimento em 1,4%, para 39.437 passageiros nas restantes ligações domésticas).
A informação dos aeroportos a que o PressTUR teve acesso mostra que nas ligações internacionais as quedas foram de 10,2% nos voos de e para outros países Schengen (menos cerca de 69,5 mil passageiros, para 611.447) e 13,1% nos voos de e para países não Schengen (menos cerca de 67,5 mil passageiros, para 447.807).
A queda nas ligações com países não Schengen resulta principalmente do decréscimo em 20% (menos cerca de 51 mil passageiros, para 204.883) nos voos de para membros da União Europeia, enquanto nas ligações com os chamados países terceiros a queda foi de 6,3% (menos cerca de 16 mil, para 242.924).
No Aeroporto de Lisboa, maior do País, a queda nos voos internacionais foi de 10,8% (menos cerca de 82 mil passageiros), para 675.818 passageiros, com quedas de 8,9% nas ligações com países Schengen (menos cerca de 39 mil, para 401.477, e de 13,5% nas ligações com países não Schengen (menos cerca de 42,8 mil, para 274.341).
A queda nas ligações com países da UE não Schengen foi de 28,8% (menos cerca de 27,5 mil, para 68.109) e nas ligações com países terceiros, onde se incluem designadamente os voos de e para Brasil e países africanos, foi de 6,9% (menos cerca de 15,3 mil, para 206.232).
Os dados de tráfego do Aeroporto do Porto a que o PressTUR teve acesso indicam que a queda do tráfego comercial em 5,3% ocorreu pelas descidas em 4,8% nos voos domésticos (menos cerca de dois mil passageiros, para 42.728) e em 5,4% nos voos internacionais (menos cerca de 12,9 mil, para 224.745).
A queda nos domésticos foi por reduções em 2% (menos cerca de 600, para 27.800) nas ligações dentro do Continente e em 9,7% (menos cerca de 1,6 mil, para 14.928) nas ligações com as Regiões Autónomas.
A queda do tráfego internacional deu-se pela queda em 8,4% (menos cerca de 14,6 mil, para 159.173) nos voos de e para países Schengen, uma vez que nas ligações com países não Schengen até houve uma subida, em 2,7% (mais cerca de 1,7 mil, para 65.572).
Esta subida resultou dos aumentos em 5% (mais cerca de 1,5 mil, para 31.115) nas ligações com países da UE não Schengen e em 0,7% (mais cerca de 0,25 mil, para 34.457) nas ligações com países terceiros.
No aeroporto de Faro, a queda do tráfego comercial em 20% no mês de Fevereiro deu-se principalmente pela quebra em 21% nos voos internacionais (menos cerca de 42 mil passageiros, para 158.691), com descidas de 23,5% (menos cerca de 15,6 mil, para 50.797) nas ligações com outros países Schengen e de 19,7% (menos cerca de 26,5 mil, para 107.894) nos voos de e para países não Schengen.
A queda nestas ligações ocorre principalmente pela descida em 19,3% (menos cerca de 25,3 mil, para 105.659) nas ligações com países da UE não Schegen, porque embora os voos com países terceiros tenham uma queda percentual mais elevada (-34,7%), em valor absoluto é muito menos expressiva (menos cerca de 1,2 mil, para 2.235).
O tráfego em voos domésticos também evoluiu em queda no mês de Fevereiro, tendo uma descida de 3,3% ou cerca de 0,4 mil, para 11.738 passageiros.
Companhias low cost são as que caem mais
O tráfego em companhias low cost foi o que mais caiu em Fevereiro para os três aeroportos do Continente, com uma descida do número de passageiros transportados equivalente a 54,7% do total da quebra em voos regulares Lisboa, Porto e Faro.
Em Fevereiro, de acordo com os dados publicados por esses três aeroportos, a que o PressTUR teve acesso (que por exemplo em Lisboa incluem a Brussels como low cost, o que é rejeitado pela transportadora, que é membro da AEA e está a integrar a Star Alliance), as companhias low cost transportaram de e para Portugal 385.693 passageiros, menos 13,5% ou menos cerca de 60 mil que há um ano.
Para as companhias apelidadas de “tradicionais”, referindo-se às companhias de rede, o balanço dos três aeroportos indica uma queda em 5,7% ou cerca de 49,8 mil, para 822.860, com quedas de 4,9% ou cerca de 31,3 mil nas portuguesas, para 606.103, e de 7,9% ou cerca de 18,5 mil nas estrangeiras, para 216.757.
A queda nas companhias de rede portuguesas equivale a 28,4% da queda total em voos regulares nos três aeroportos e a das estrangeiras equivale a 16,8%.
As companhias de rede portuguesas foram as transportadoras utilizadas por 49% dos 1,238 milhões de passageiros de voos comerciais (regulares e não regulares) que chegaram ou partiram dos três aeroportos portugueses em Fevereiro, quando um ano antes a sua participação era de 46,6%, as companhias de rede estrangeiras somaram 17,5%, quando um ano antes tinham 17,2% do mercado, e as low cost caíram para 31,2% face a 32,6% em Fevereiro de 2008.
Esta evolução é determinada pelo Aeroporto de Lisboa, já que no Porto e em Faro as low cost até subiram quota de mercado.
Em Lisboa, a quota (em número de passageiros de voos comerciais) das companhias de rede portuguesas subiu de 58,5% em Fevereiro de 2008 para 61,1% este ano, as companhias de rede estrangeiras baixaram de 21% para 20,9% e as low cost baixaram de 18,6% para 18,3%.
A queda de passageiros em voos low cost no mês de Fevereiro em Lisboa foi de 18,3% ou cerca de 29,6 mil, para 132.132, enquanto para as companhias de rede portuguesas foi de 4,1% ou cerca de 21 mil, para 656.225, e para as companhias de rede estrangeiras foi de 8,3% ou cerca de 15 mil, para 167.567.
A queda nos voos low cost em Lisboa equivaleu em Fevereiro a 45% do total em voos regulares, as companhias portuguesas foram responsáveis por 31,8% e as companhias de rede estrangeiras, por 23,1%
No Porto, as companhias low cost subiram a quota de mercado de 44,7% do total de passageiros comerciais em Fevereiro de 2008 para 45,1% no mês passado, com as companhias de rede portuguesas a baixarem de 54,3% para 53,8% e as companhias de rede estrangeiras a baixarem de 39,9% para 39,6%.
As companhias low cost tiveram em Fevereiro menos 4,5% de passageiros que há um ano (menos cerca de 5,7 mil, para 120.672), nos voos de companhias portuguesas o tráfego baixou 6,1% ou cerca de 6,9 mil, para 105.910, e nos voos de companhias de rede estrangeiras a descida foi de 6,4% ou cerca de 2,6 mil, para 37.866.
A queda do tráfego em voos regulares foi assim em 45,6% por parte das companhias portuguesas, em 37,7% pelas low cost e em 17,2% pelas companhias de rede estrangeiras.
Em Faro, as companhias low cost subiram de 74,1% do total de passageiros comerciais há um ano para 78% em Fevereiro passado, as companhias de rede estrangeiras subiram de 5,7% para 6,6% e as portuguesas baixaram de 7,1% para 6,8%.
As companhias low cost tiveram em Fevereiro uma queda do número de passageiros de e para Faro em 15,8% ou cerca de 25 mil, para 132.889, as companhias portuguesas baixaram 23,2% ou cerca de 3,5 mil, para 11.535, e as companhias de rede estrangeiras baixaram 6,5% ou cerca de 0,8 mil, para 11.324.
A queda nas companhias low cost equivaleu em Faro a 85,3% da quebra verificada em voos regulares, com as descidas nas companhias de rede portuguesas e estrangeiras a representarem, respectivamente, 14,6% e 11,9%.
O tráfego charter, que há alguns anos era dominante em Faro, caiu 47,8% em Fevereiro, o que equivale a uma diminuição do número de passageiros em cerca de 13,3 mil, para 14.568, o que equivale por sua vez a 8,5% do movimento em voos comerciais.
No aeroporto do Porto o tráfego charter cresceu 5,2% em Fevereiro, para 2.957 passageiros (mais cerca de 0,15 mil que há um ano) e em Lisboa, o tráfego charter é principalmente de outgoing (ao contrário de Faro, onde predomina o incoming), e em Lisboa caiu 35,5% ou cerca de 6,3 mil, para 11.525 passageiros, reflectindo designadamente o fim dos charters para o Brasil.
No conjunto dos três aeroportos do Continente, o tráfego charter somou 29.050 passageiros em Fevereiro, menos 40,2% ou menos cerca de 19,5 mil que há um ano.