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IATA quase duplica previsão de prejuízos da aviação comercial este ano


A IATA elevou hoje de 2,5 mil milhões para 4,7 mil milhões de dólares (de 1,83 mil milhões para 3,67 mil milhões de euros) a estimativa de prejuízos da aviação comercial este ano, atribuindo o agravamento ao impacto da recessão económica no transporte aéreo, que segundo as estimativas divulgadas deverá custar ao sector “perder” de 129 milhões de passageiros face a 2008.

“O estado da indústria da aviação é terrível”, na expressão do director geral da IATA, Giovanni Bisignani, citado em comunicado, ao destacar que as companhias aéreas, cujos passivos ascendem a 170 mil milhões de dólares (cerca de 124,7 mil milhões de euros), enfrentam uma pressão “extrema”.

Um dos aspectos destacados pela IATA ao divulgar as novas previsões é de que a recessão económica provocará uma queda maior das receitas do que a que ocorreu na crise despoletada pelos atentados do 11 de Setembro de 2001.

O comunicado indica que a IATA prevê que as receitas da aviação caiam este ano em 11,7%, o que equivale a uma redução em 62 mil milhões para 467 mil milhões, e destaca que de 2000 para 2002, com a crise despoletada pelos atentados em Nova Iorque e Washington a 11 de Setembro de 2001, a queda foi de aproximadamente 7% ou cerca de 23 mil milhões de dólares.

A IATA especificou que essa estimativa de queda se baseia numa previsão de queda do número de passageiros transportados em 5,7% ou 129 milhões, para 2.118 milhões, e uma queda ainda mais acentuada do transporte de carga e correio, na ordem de 13%.

Em montante da receita, a IATA aponta para uma queda mais forte, porque também antecipa uma queda do yield (valor médio que as companhias cobram por passageiro para o transportar um quilómetro), em 4,3%, nomeadamente porque o chamado tráfego premium (classes business e primeira, de tarifas mais elevadas) tem apresentado quedas mais acentuadas.

O “alívio” virá, assim do lado dos custos, e mais especificamente dos custos com combustíveis, que por esta época no ano passado eram a grande “dor de cabeça” da aviação.

A IATA prevê que apesar dessa queda da receita o sector tenha uma subida da margem operacional, de 0,4% em 2008 para 0,6% este ano, pelo decréscimo da factura de combustíveis em 31% ou 52 mil milhões de dólares, para 116 mil milhões, fazendo recuar o peso dos combustíveis nos custos totais de 32% para 25%.

Esta descida possibilitará baixar a taxa de ocupação média dos voos necessária para o break-even de 62,5% em 2008 para 61%, ainda que para os restantes custos a IATA preveja um aumento este ano em 3% este ano, de 39,2 mil milhões para 40,4 milhões.

O estado “terrível” de que fala do director geral da IATA está assim do lado da receita, que a IATA prevê caia de 530 mil milhões em 2008 para 467 mil milhões de dólares este ano, com quedas em 11,3% ou 47 mil milhões na venda de passagens, para 370 mil milhões, e em 19,3% ou 11 mil milhões, para 57 mil milhões de dólares, no transporte de carga e correio.

“O [preço do] combustível é a única boa notícia. Mas o alívio dos preços de combustível mais baixos é suplantado pela queda da procura e o afundamento das receitas”, comenta Giovanni Bisignani, que diz ainda que o sector está nos “cuidados intensivos” e recomenda especial atenção à preservação dos capitais em tesouraria e ao ajustamento da capacidade à procura.

A IATA anunciou também hoje que reviu em alta as estimativas de perdas da aviação comercial no ano de 2008, de cinco mil milhões para 8,5 mil milhões de dólares.






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The Manhattan Reporter

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