Forças Americanas Querem o Super Tucano para missões de Forças Especiais (SoF)
Defesanet 16 Março 2009
DN 13 Março 2009
Andrew Scutro
O novo Escritório de Guerra Irregular da US Navy (Irregular Warfare – IW) avaliou o ágil avião turbohélice brasileiro de observação e ataque, para prover um apoio aéreo aproximado "orgânico" (close air support) para as ações das Forças Especiais.
O CENTRO DE GUERRA IRREGULAR (IRREGULAR WARFARE) DA U.S. Navy testou Embraer EMB-314 Super Tucano, apresentado aqui nas cores da Força Aérea da Colômbia para uso em missões de Forças Especiais (MAURICIO DUENAS / AGENCE FRANCE-PRESSE) |
Sob o projeto secreto chamado "Imminent Fury" a Marinha Americana já alugou, testou e armou ao menos um Embraer EMB-314 Super Tucano, Segundo o Capitão. Mark Mullins, vice-chefe do escritório de Guerra Irregular da Marinha (Irregular Warfare Office).
"Este é um avião tripulado de apoio aproximado (close air support), com um piloto e um operado de sensores. A idéia aqui é que as FE (SoF) necessitam de uma capacidade orgânica que permaneça com eles enquanto estão realizando a missão," afirmou Mullins. "Nõs não estamos comprando eles, nós estamos alugando eles agora. Isto que é importante."
Falando no dia 12 de Março em uma exposição sobre Expeditionary Warfare, em Virginia Beach, Virginia, Mullins disse que a intenção é de colocar quatro aviões em combate o mais rápido possível.
"Agora estamos em “uma pausa operacional”, decidindo como passar para a Fase II. Necessitamos de cerca de U$ 44 milhões," ele afirmou. "Em pura iniciativa capitalista, nós estamos trabalhando com a USAF e o US Marine Corps, para investirmos juntos com eles na Phase II, e termos os quatro aviões no Teatro de Operações."
O EMBRAER EMB-314 é operado pelas forças militares do Brasil e Colômbia, de acordo com Christine Manna, diretora de comunicações da Embraer para a América do Norte, em Fort Lauderdale, Flórida.
O Chile comprou 12 aviões e a República Dominicana oito, mas não foram entregues ainda, segundo Manna.
O Super Tucano tem uma autonomia de vôo de mais de seis horas, carrega vários sensores, pode ser armado com metralhadoras pesadas em cada asa, e pontos de fixação para levar: bombas, canhões, casulos de foguetes segundo o Jane´s All the World's Aircraft 2008-9.
Identificando como "fascinating piece of kit," Mullins diz que "o teste do conceito" está completo após um ano de testes. Mas o “Imminent Fury” é o mais polêmico projeto, muito pelas restrições da aviação naval.
"Você pode imaginar os pessoal das FE e Fuzileiros realmente o amam," ele diz. "O desafio aqui, é que trabalhamos nas margens e por isto é tão crítico. Ele não é um avião preparado para operar em ambiente naval, não opera a partir de um porta-aviões."
Mullins diz que o Super Tucano pode pousar em uma pista não preparada como uma estrada, abastecido em minutos, e voltar ao combate.
Um slide apresentado sobre a “Imminent Fury” obtido pelo jornal Navy Times identifica a necessidade para uma "plataforma de asa fixa para ações ISR [Inteligência, Observação e Reconhecimento] para prover ações de “Find/Fix/Finish” para FEs em ações expedicionárias, de maneira orgânica em um sistema manobrável, com grande autonomia e baixa emissão de calor."
O projeto iniciou após uma visita do Secretário da Marinha Donald Winter à Naval Special Warfare Task Forces, na área do Central Command (Iraque e Afrganistão), em Outubro de 2007, conforme dados apresentados em outro briefing.
"Isto não é voar 1.500 km lançar várias bombas e sair da área de operações," afirma Mullins. "Isto é trabalhar com [a tropa no terreno], realizar a inteligência de preparar o campo de batalha, ser um ponto de apoio de comunicação, realizar apoio aéreo aproximado, olhos no alvo, se há inimigos movendo-se para fora do alvo acompanhá-los e realizar o levantamento de danos [bomb damage assessment] ao final."
Embora Mullins afirme que estejam esperando fundos para avançar com o programa, um slide da apresentação de Mullins indicava que ele é apoiado pelo Escritório do Secretário de Defesa, o Naval Air Systems Command e a US Navy.
"Imminent Fury é um programa secreto da US Navy para equacionar uma série de necessidades urgentes dos combatentes (warfighter needs)," afirmou o Tenente Sean Robertson, um porta-voz da US Navy no Pentágono. "Os testes inicias de desenvolvimento tem sido promissores, e a US Navy está atualmente em discussões com vários parceiros as iniciativas para o programa avançar."
Mullins apresentou dados não confidenciais, mas os detalhes da Imminent Fury permanecem secretos, afirmou Robertson.
O Escritório de Guerra Irregular, é parte do Staff da US Navy no Pentágono, foi estabelecido em Julho 2008, sobre a direção do Almirante Gary Roughead, Chefe de Operações Navais. É dirigido pelo Contra-Almirante Mark Kenny, um submarinista.
"Nossa meta é de fornecer “capabilities and effects,” afirma Mullins. "E Nós somo a liderança do Chefe de Operações Navais na Guerra Irregular."