Brasil - Polícia quer fazer voo para reconstituir momentos que antecederam queda de avião em GO
da Folha Online
da Agência Folha
A Polícia Civil de Goiás deve fazer um voo de reconstituição para esclarecer as razões daqueda do avião em um shopping de Goiânia, que matou o piloto, Kléber Barbosa da Silva, e a filha dele, de cinco anos, na última quinta-feira (12).
Vídeo mostra o momento da queda de avião
Segundo o delegado Manoel Borges de Oliveira, responsável pela investigação, ainda não está descartada a hipótese de falta de combustível, mesmo com a informação de que ainda havia o produto no tanque do avião no momento da queda. Segundo o vice-presidente do aeroclube proprietário da aeronave, Omar Victor do Espírito Santo, o avião possui dos tanques de combustiveis.
Edvaldo Ayala/Folha Imagem |
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"A troca de um tanque para outro acontece durante o voo, mas ele [Kléber] pode não ter realizado a troca", afirmou. Uma perícia determinará a causa da queda da aeronave.
Kléber, 31, roubou o avião no aeroclube de Luziânia, cidade próxima a Brasília, na tarde de quinta-feira. De lá, partiu em direção a Goiânia, onde fez voos rasantes pela região até cair no estacionamento do maior shopping da cidade.
No mesmo dia, ele havia agredido a mãe da menina, Érika Corrêa Santos, 23, com um extintor de incêndio e a atirado de um carro em movimento. Ela deve prestar depoimento na próxima terça-feira (17).
O delegado diz que vai pedir ajuda ao serviço aéreo civil do Estado e à FAB (Força Aérea Brasileira) para fazer o voo de reconstituição. Borges afirma que quer "elucidar se houve ou não pane seca" e que a perícia nos instrumentos de voo não é suficiente para isso, já que o equipamento ficou bastante danificado com a queda.
Familiares de Érika, segundo a Polícia Civil, dizem que ela ainda está muito abalada com as mortes e pode não ter condições de depor amanhã.
Amanhã (16), a polícia deve ouvir duas testemunhas --um tio de Érika que falou com Kléber antes da queda e um piloto que viu as manobras feitas por ele.
Investigação
Na sexta-feira (13), o Ministério Público Federal em Goiás anunciou que irá instaurar um inquérito civil para apurar se houve falha dos órgãos federais responsáveis pelo controle aéreo no momento da queda do avião.
Em nota, a promotoria informou que pretende saber se "houve negligência por parte de responsáveis pela segurança aérea, já que o piloto fez diversas manobras consideradas arriscadas antes de cair no shopping".
"O inquérito visa responder também se há falhas na segurança aérea brasileira, já que um avião foi roubado em Luziânia", disse o órgão.
De acordo com a polícia, Kléber comunicou via rádio a um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que o seguia, que queria se matar e que estava disposto a provocar uma tragédia. Em nota, a FAB confirmou que seguiu o avião desde a decolagem em Luziânia, mas negou que tenha conseguido contato de rádio com Kléber.
À Folha Online, a FAB informou que o "Comando da Aeronáutica tomou todas as providências necessárias" diante do roubo da aeronave e do acidente, e que não iria se pronunciar a respeito do inquérito.
Weimer Carvalho/Efe | ||
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