Brasil - Embraer perde R$ 40,6 mi no 4º trimestre; em 2008, lucro cai 63,8%
da Folha Online
A Embraer apresentou no quarto trimestre de 2008 um prejuízo líquido de R$ 40,6 milhões, contra um lucro líquido de R$ 399,7 milhões no mesmo trimestre de 2007. No ano passado como um todo, a empresa teve um lucro de R$ 428,8 milhões, contra R$ 1,185 bilhão em 2007, uma queda de 63,8%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (26).
A receita líquida da Embraer no quarto trimestre de 2008 foi de R$ 4,139 bilhões, contra R$ 3,298,5 bilhões no mesmo período do ano anterior, um crescimento de 25,5%. Em 2008 como um todo, a receita líquida ficou em R$ 11,746 bilhões, 17,5% acima dos R$ 9,993 bilhões de 2007.
As despesas operacionais somaram R$ 396,6 milhões no último trimestre de 2008, representando um crescimento de 17,7% em relação aos R$ 336,9 milhões apurados no quarto trimestre do ano anterior. Em 2008, as despesas operacionais aumentaram 16,1%, totalizando R$ 1,294 bilhão, ante R$ 1,114 bilhão em 2007.
No quarto trimestre do ano passado foram entregues 59 aviões, contra 61 no mesmo período um ano antes. Em 2008, foram entregues 204 jatos, contra 169 entregues em 2007, o que representa a maior quantidade de aeronaves entregues em um ano pela empresa.
A Embraer registrou no trimestre passado uma despesa com variações monetárias e cambiais de R$ 179,3 milhões, ante uma receita de R$ 12,8 milhões apresentada em igual período um ano antes. A oscilação, segundo a empresa, se deve ao "impacto de variações cambiais sobre ativos e passivos denominados em outras moedas principalmente em reais".
Já em 2008 como um todo, a Embraer apurou uma despesa com variações monetárias e cambiais de R$ 188,8 milhões enquanto no mesmo período de 2007 a receita foi de R$ 14,5 milhões. O crescimento da despesa com variações monetárias e cambiais ocorreu por conta da contabilização de provisões relativas às operações de "hedge" operacional, segundo comunicado.
Demissões
A fabricante de aviões anunciou o * corte de cerca de 4.200 funcionários no último dia 19 de fevereiro, alegando que os efeitos da crise financeira internacional são os responsáveis pela queda das encomendas, o que gerou a necessidade de corte de pessoal.
No dia das demissões, o presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, afirmou que a situação não é passageira, portanto não seria possível "algum tipo de solução transitória".
Na quarta-feira (25), os trabalhadores demitidos da Embraer aprovaram em assembleia o início das homologações dos funcionários que foram demitidos pela empresa em fevereiro. Os procedimentos começam em 30 de março e correm por 12 dias consecutivos.
A convocação dos trabalhadores ficará a cargo da Embraer, obedecendo ao critério, já acertado entre sindicato e empresa, de priorizar os trabalhadores com menor tempo de casa. Isso porque os trabalhadores com contratos mais recentes têm, proporcionalmente, os menores salários e, para o sindicato, maiores necessidades.
Na semana passada, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, de Campinas, considerou as demissões da Embraer abusivas mas não decidiu pela reintegração e determinou o pagamento de uma indenização no valor de dois salários, com o teto de R$ 7 mil. O sindicato pretende recorrer ao TST (Tribunal Superior do Trabalho).