Brasil - Caso Embraer: Senador defende corte para acionistas
Proposta de reestatização também foi mencionada. Populismo?
Em visita à região na tarde desta segunda-feira, 9, o senador Eduardo Suplicy (PT) defendeu o corte na remuneração de acionistas da Embraer como alternativa às demissões de quase 4,3 mil trabalhadores, anunciada no final do mês passado pela empresa.
Suplicy esteve na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos para se solidarizar com os trabalhadores demitidos e manifestar apoio à luta do sindicato pela readmissão do contingente.
“Ponderamos que seria importante, na nova estrutura da empresa, que houvesse a palavra dos trabalhadores no conselho de administração da empresa”, disse o senador durante a visita ao sindicato.
Ele se comprometeu a formular um requerimento solicitando a realização de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para discussão das demissões com direção da empresa, ministério do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio, ministério da Fazenda, BNDES, direção da Embraer e sindicalistas.
Por decisão do Tribunal Reginal do Trabalho da 15ª região, as 4.270 demissões continuam suspensas até o dia 13, data marcada para uma nova audiência de conciliação entre sindicato e empresa.
Suplicy acredita que, se houver diálogo entre a direção da empresa, o sindicato e a Justiça do Trabalho com um consenso entre as partes, o direcionamento da questão poderá servir como exemplo para a solução de crises em outros setores da economia.
Reestatização
Com relação à reestatização da Embraer, medida defendida pelos sindicalistas, o senador acredita que a proposta deve ser “seriamente considerada”, levando-se em conta diversos fatores.
Ele admite que a empresa deu um salto muito grande em desenvolvimento, após a privatização, promovendo um aumento considerável no quadro de funcionários.
“Desde o início do governo Lula para agora ainda haveria um salto de mais de 6 mil trabalhadores”, afirmou Suplicy, ao se referir à ultima demissão em massa anunciada pela empresa.
O parlamentar acredita que, como empresa privada, a Embraer precisa continuar atuando com programas de responsabilidade social perante à comunidade, inclusive junto aos seus trabalhadores. “Pois, de outra forma, o assunto da reestatização sempre virá a debate”, justificou.
Suplicy ratificou que os trabalhadores e a comunidade devem gozar de pleno direito de terem acesso às informações sobre tudo o que se passa dentro da empresa, inclusive no que diz respeito a investimentos.
FONTE: Agora Vale