Air France – KLM reduz 3,4% no Verão face à “crise económica global sem precedentes”

O grupo Air France – KLM, nº1 europeu da aviação comercial, anunciou ontem que no Verão IATA 2009 vai ter menos 3,4% de capacidade (em lugares quilómetros) que em 2008 e que a redução vai ser nessa proporção tanto nas operações de médio curso como nas de longo curso.

África Ocidental, e designadamente Angola, será excepção.

“O horário de Verão 2009 (29 de Março a 25 de Outubro) do Grupo Air France KLM foi ajustado em linha com o forte decréscimo da procura provocado pela crise económica global sem precedentes que afecta todos os cantos do mundo”, começa por justificar a companhia.

O grupo indica de seguida em relação à Air France que a maior companhia aérea de rede europeia, “confrontada com uma redução da procura”, ajustará “a capacidade em todas as redes, especialmente nas rotas da América do Norte e Ásia, bem como nas domésticas”.

Esse ajustamento traduz-se numa redução média da capacidade em 2,7%, compreendendo uma diminuição em 2,5% nos voos de longo curso e em 3,1% nas ligações de curto e médio cursos, e que seguiu uma linha de “racionalização” que teve por objectivo reduzir frequência de voos “mais do que fechar rotas”.

Algumas das alterações destacadas referem-se às rotas transatlânticas, em relação às quais salienta que a joint-venture com a norte-americana Delta permitirá “optimizar e racionalizar” capacidade.

As mudanças compreendem a retoma de um voo a meio da manhã para Atlanta, o lançamento da ligação Paris (Charles de Gaulle) – Pittsburgo (operado pela Delta), a partir de 4 de Junho, e Filadélfia, também pela Delta, já para o final do Verão.

Para as ligações entre Paris e Nova Iorque, o comunicado diz que o grupo terá 48 ligações por semana, porque serão suspensos os voos operados pela Delta e uma ligação por semana em avião da Air France.

A linha Paris – Houston terá menos dois voos por semana, baixando para 12.

Em relação a outras ligações de longo curso, a Air France anuncia a suspensão dos voos Paris – Chennai (Índia), que apresenta “fortes perdas”, e que apostará em outras ligações que “actualmente são menos afectadas pela queda do tráfego), designadamente Montreal, que passará a ter quatro voos por dia, Beirute, que passará a ter 25 voos por semana (dois por dia operados pela MEA), e Caraíbas e Oceano Índico (voo diário para Saint-Martin, seis voos por semana para Havana e dez voos por semana para a Ilha de Reunião).

A Air France indica ainda que vai reforçar capacidade para destinos da África Ocidental, designadamente para os que têm explorações de petróleo e gás, especificando que o aumento será em 10,1% (sem contar com África do Sul).

A companhia francesa anuncia designadamente que pretende ter uma segunda frequência para Luanda, operada pela Air France em code-share com a TAAG, e reforços para Port Harcourt, Brazaville, Niamey-Ouagadougou, Lagos e Bangui.

Para os voos de médio curso (ligações com outros países europeus e do Norte de África), a companhia indicou que terá dois voos diários de Orly para Milão (Linate) “em conjugação com a Alitalia” (operados pela companhia italiana”), três voos diários entre Orly e Barcelona e o lançamento de uma rota, com dois voos diários para Basel-Mullhouse.

As mudanças no médio curso incluem ainda a suspensão dos voos entre Orly e Valladolid.

Os maiores cortes vão ocorrer nos voos domésticos, que a Air France diz estarem “a enfraquecer” desde a Primavera de 2008, pela crise como pela expansão do transporte ferroviário.

A companhia especifica que o ajustamento significa uma redução média de 6,4% e traduz-se em menos oito partidas de Paris, designadamente de Orly, nas faixas horárias “menos populares”.
A companhia diz ainda que vai manter os ajustamentos feitos no último Inverno e que suspende a ligação Rennes – Estrasburgo.

Quanto a frota, a Air France indicou que, para voos de longo curso, retira dois Boeing B747-400, mas recebe quatro B777-300, e, para voos de médio curso, retira os aparelhos Airbus A320 mais antigos, substituindo-os por A321.