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United tortura passageiros em Cumbica

(Revista Asas, 12 de Fevereiro de 2009)

Os passageiros do vôo 860 da United Airlines, que deveria decolar do Aeroporto Internacional de São Paulo (Cumbica) às 23h50 do sábado, 31 de janeiro último, com destino a Washington DC (EUA), jamais poderiam imaginar o que os aguardava ao embarcarem no Boeing 777-200 da companhia norte-americana, por volta das 23h30.

Inicialmente, o embarque transcorreu normalmente, mas com todos os passageiros embarcados, por volta das 00h15, o comandante avisou que a aeronave apresentava um problema técnico, num sistema hidráulico, que acarretaria um atraso – para que fosse retificado. Bem mais tarde, foi informado que a United não tinha no Brasil a peça com problemas, mas fora feito o contato com uma companhia brasileira (a TAM), que possuía a peça e a iria ceder, para instalação no avião da United.

Enquanto tudo isso ocorria, os passageiros foram mantidos dentro da aeronave, sem que a tripulação oferecesse nenhuma bebida (nem água), nem alimentação. Curiosamente, por volta das 01h20, a própria tripulação alimentou-se, inclusive com refeições quentes. O jornalista de ASAS à bordo viu também os tripulantes beberem sucos e refrigerantes, sem que nada fosse oferecido aos passageiros!

Eram cerca de 02h30 (os passageiros estavam embarcados há cerca de três horas!), no meio da madrugada, quando a tripulação avisou que os passageiros deveriam deixar a aeronave, mas permanecer na área de embarque, perto do portão. A sala VIP da United foi mantida fechada, e nenhuma comodidade foi oferecida – apesar de haver muitas crianças, alguns bebês, e também idosos à bordo. Alguns se acomodaram no chão, tentando cochilar. Uma funcionária de terra da United anunciou que fora contatado o serviço de catering, mas este levaria 15 minutos (!) para atender os passageiros...

Vale dizer que, de madrugada, não existe sequer um café que fique aberto na área de embarque, no maior aeroporto internacional do Brasil.
Os passageiros foram reembarcados por volta das 03h00 – apenas para serem novamente convidados a deixar a aeronave (desta vez, em definitivo), por volta das 04h00. O vôo fora cancelado.

Apesar do anúncio dentro da aeronave dizendo o contrário, não havia nenhum funcionário da companhia aérea prestando orientação real aos passageiros no caminho de saída. Alguns funcionários postaram-se na área de táxis, num arremedo de apoio, e logo formou-se um grande tumulto. A United providenciara hotel para o pernoite, mas o transporte tornou-se um caos pois a companhia acionava táxis de um em um, de uma única empresa, com a qual tem acordo. Para se ter idéia, o jornalista de ASAS conseguiu embarcar num táxi por volta das 05h00 (com o sol nascendo!), e chegou à sua residência apenas às 06h15, aproximadamente.

A United ainda pediu que os passageiros contatassem a reserva no dia seguinte (domingo), para conferir seu vôo – pois não podia garantir lugar para todos no vôo seguinte, o mesmo UA 860, às 23h50 de 1º de fevereiro.

A reportagem de ASAS apurou que o problema no Boeing 777-200 da companhia norte-americana foi tão sério que a aeronave permaneceu no Brasil no dia 1º de fevereiro, e retornaria aos EUA apenas com a tripulação.




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