Hizbollah comemora lançamento de satélite de fabricação iraniana
da Folha Online
da Efe, em Beirute
O grupo xiita libanês Hizbollah parabenizou o Irã nesta quinta-feira pelo lançamento, nesta semana, de um satélite de fabricação própria. Em comunicado, o Hizbollah classificou o feito de "uma conquista que mostra que o mundo árabe e muçulmano possuem a capacidade e o desenvolvimento científico".
"[Que] os filhos dos países árabes e islâmicos cooperem entre si para conseguir um maior progresso científico, a fim de fortalecer a capacidade própria de autodomínio, soberania e independência", desejou o Hizbollah.
Em foto divulgada por agência de notícias do governo iraniano, foguete aparece com o primeiro satélite de fabricação iraniana
O Irã diz ter colocado o satélite batizado de Omid (esperança, em farsi) em órbita com ajuda do foguete Safir-2 na noite desta segunda-feira (2), coincidindo com o aniversário de 30 anos da Revolução Islâmica de 1979. O satélite, segundo Teerã, foi lançado "puramente para fins pacíficos" e todas as nações devem se beneficiar da tecnologia.
O lançamento gerou reações de preocupação na comunidade internacional pois a tecnologia de balística usada para colocar satélites na órbita terrestre é similar à usada no lançamento de ogivas nucleares. Os países ocidentais e Israel já suspeitam do programa nuclear do Irã e dizem que o país quer obter armas nucleares, o que Teerã nega.
Nesta quarta-feira (4), Israel --principal inimigo do Irã na região-- pediu reforço das sanções internacionais contra o Irã. "O lançamento do satélite iraniano constitui um êxito tecnológico para Teerã e aumenta seu potencial militar e no âmbito da inteligência", disse o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak.
Hillary Clinton, a nova secretária de Estado americana, também afirmou que o Irã "irá sofrer consequências" se não cumprir as condições impostas pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para seu programa nuclear.
Os argumentos americanos também foram ouvidos em Paris, onde Eric Chevalier, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, afirmou estar preocupado com a "grande semelhança tecnológica" entre o lançamento de satélites e de mísseis.