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British Airways reforça acção de vendas em mercados de moeda forte

Presstur 06-02-2009 (09h53)

A aposta no aumento das vendas em mercados de moeda forte, que face a uma libra em desvalorização dão um “empurrão” suplementar à receita, é uma das linhas de acção enunciadas pelo CEO da British Airways, Willie Walsh, na apresentação do balanço da companhia a 31 de Dezembro de 2008.

A British Airways é uma das companhias com preços de “saldo” no mercado português, designadamente para destinos de longo curso, com propostas de bilhetes de ida e volta à partida de Lisboa desde 412 euros para Washington, 475 para Miami, 496 para São Francisco, 442 para Dubai, 462 para Bombaim, 472 para Pequim e 496 para Hong Kong.

“Já tomámos várias acções para contrabalançar as condições económicas sem precedentes. Aumentámos a nossa actividade de vendas em mercados com divisas fortes para beneficiarmos dos câmbios e continuamos a oferecer tarifas competitivas nas cabinas premium e não premium”, diz Willie Walsh nos comentários ao balanço.

As contas da companhia para o período de 1 de Abril a 31 de Dezembro de 2008 indicam que tem um aumento das receitas em 6,2%, para 7.046 milhões de libras (cerca de 7,97 mil milhões de euros), para o qual um dos contributos vem das passagens vendidas em moedas que se valorizaram face à libra, o que “inflaciona” o montante na divisa britânica.

Isso mesmo reconhece Willie Walsh, ao dizer que a subida das receitas, em 6,2%, “recebeu um apoio significativo dos câmbios, que mais do que equilibrou o decréscimo em volume”.

O balanço da British Airways especifica, aliás, que o aumento dos proveitos ocorre por uma subida do yield (preço médio por cliente e quilómetro) em 9,6%, com 4,2% a resultarem das variações cambiais, 5% de aumentos de preços (incluindo 1,4% de mudança da estimativa de bilhetes fora de prazo) e 0,4% por uma variação favorável do mix de tarifas.

A subida do yield compensou, assim, em termos de volume de receitas, a queda do tráfego (em RPK = passageiros x quilómetros) em 2,7%, e terá compensado também a queda da taxa de ocupação (em 2,3 pontos, para 78,4%), levando a uma subida da receita unitária (por unidade de transporte colocada no mercado, medida em ASK = lugares x quilómetros), que a companhia não revelou.

No entanto, os dados disponíveis indicam que essa subida da receita unitária não terá compensado o aumento do custo unitário, que atingiu os 20,4%, “pelo aumento dramático dos custos de combustível” e também o efeito da desvalorização, que neste caso joga contra a companhia.

Sobre o impacto da subida do combustível, que atingiu o preço máximo em inícios de Julho, segundo o Índice IATA do Jet Fuel (para ver clique aqui), a British Airways diz que o preço em dólares nos nove meses tem uma subida em 40,7%, mas que em libras esse incremento chega a 48,4%, provocando-lhe um aumento dos encargos com combustíveis para 2,2 milhões de libras (cerca de 2,49 mil milhões de euros).

Os outros custos também sofreram um impacto negativo da desvalorização da libra, porque apresentam um agravamento em 335 milhões de libras, sendo 237 milhões pelo enfraquecimento da divisa britânica, para 4,7 mil milhões.

A British Airways, que hoje à tarde divulgará informação mais pormenorizada sobre os primeiros nove meses do exercício 2008/2009, avança no comunicado divulgado de manhã que mantém a previsão de completar o exercício com um aumento médio da receita em 4%, com o impacto positivo das flutuações cambiais a compensarem o decréscimo em volume, e que antecipa ter um prejuízos operacional em torno de 150 milhões de libras (cerca de 169,7 milhões de euros).




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