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Aeronáutica investiga problema com combustível em avião que caiu no Amazonas

Publicada em 09/02/2009 às 00h00m
O Globo, Reuters, Agência Brasil e CBN



Bombeiros resgatam corpos do avião que caiu em rio no Amazonas / Foto: Reuters


MANAUS, RIO E BRASÍLIA - Técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes da Aeronáutica (Cenipa) suspeitam que o desastre com o avião Bandeirante da empresa Manaus Aerotáxi, que matou 24 das 28 pessoas a bordo, nas proximidades de Manacapuru (AM), sábado, foi provocado por pane num dos dois motores do aparelho, como informa reportagem de Jailton de Carvalho publicada nesta segunda-feira pelo jornal O Globo. O motor teria falhado por problemas com combustível: não se sabe ainda se por falta de querosene ou por adulteração.

Diretor da Manaus Aerotáxi diz que avião não voava com excesso de peso

Apesar de o avião viajar com um número de pessoas além de sua capacidade quando se acidentou, um dos diretores da Manaus Aerotáxi, Marcos Pacheco, disse, neste domingo, que a aeronave não estava com excesso de peso . Em entrevista coletiva concedida no Terminal 2 do Aeroporto Internacional Brigadeiro Eduardo Gomes, em Manaus, o diretor da Manaus Aerotáxi acrescentou que os documentos do avião estavam em dia. ( Veja imagens do resgate )

A Defesa Civil da cidade de Coari, no Amazonas, próxima ao Rio Manacapuru, local onde caiu o Bandeirante prefixo PT-SEA da empresa Manaus Táxi Aéreo com destino a Manaus, disse suspeitar que o avião estivesse com excesso de passageiros. A aeronave estava com 28 pessoas a bordo, sendo dois tripulantes. Vinte eram da mesma família. Pelas informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Bandeirante só tinha capacidade para 19 passageiros.

- Se a empresa desobedeceu às normas, pode sofrer várias punições, uma delas o cancelamento da licença de voo - disse um assessor da Anac.

O avião foi içado neste domingo e está em uma área seca, segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Três investigadores do órgão foram ao local para dar início às investigações.Eles foram ao Instituto Médico-Legal de Coari (AM) pesar os corpos encontrados no rio Manacapuru, a 85 quilômetros de Manaus, onde o piloto César Grieger, de 47 anos, tentou fazer um pouso forçado na água. O objetivo é tentar provar o excesso de peso.

A passageira Ana Lúcia Laurea, de 43 anos, uma das quatro pessoas que conseguiram sair pela porta de emergência antes de o avião afundar, disse que o problema foi no motor esquerdo.

- A hélice parou a uns 15 minutos de Manaus, e daí em diante o avião só perdeu altitude até o impacto na água.

- Houve algum excesso sim, porque a empresa declarou 20 passageiros e havia 28 no voo - disse o coronel.

O número de mortos é maior que a lista de ocupantes informada em plano de voo, segundo informações do centro de comunicação da Aeronáutica, em Brasília: "Eles tinham um plano de voo em que informaram 20 pessoas, já incluindo os tripulantes".

Os sobreviventes, resgatados por um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB), são Yan da Costa Liberal, de 9 anos; Brenda Dias Moraes, de 21 anos; Érica Evangelista da Costa, de 23 anos; e Ana Lúcia Reis, de 43 anos. Todos passam bem. A chuva forte no local, dificultou o trabalho para apurar as causas do acidente.

Segundo o subsecretário da Defesa Civil, a passageira Brenda Dias Moraes teria aberto a porta antes de o avião afundar no rio e saído com os outros três sobreviventes.

No final da tarde, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, anunciou a conclusão das buscas e o resgate dos destroços do avião. A partir de agora, os técnicos vão fazer uma análise da caixa-preta para aprofundar as investigações sobre as causas do acidente.

O Bandeirante partiu de Coari na tarde de sábado com destino ao Aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus. Já estava a aproximadamente 20 minutos de chegar ao destino quando o piloto do avião chamou a torre de controle e avisou que iria voltar para Coari. Segundo a Aeronáutica, o piloto não explicou o motivo e nem mencionou uma suposta chuva forte naquele instante. Antes dos esclarecimentos, a comunicação foi interrompida e o Bandeirante sumiu dos radares.




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