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AEA avisa que a crise ainda tende a acentuar-se

Presstur 18-02-2009 (16h00)

“Não há razão para supor que estamos, ou mesmo nos aproximamos, do fundo do ciclo”, avisa o secretário geral da AEA, Ulrich Schulte-Strathaus, citado no comunicado em que a Associação apresenta os balanços de Dezembro e do ano de 2008, destacando que em Dezembro 19 dos membros da Associação reduziram capacidade, oito dos quais em mais de 10%, mas que ainda assim “a queda do tráfego foi ainda maior do que os cortes de capacidade”.

O balanço da AEA assinala que a descida do número de passageiros para o conjunto das companhias associadas reflecte especialmente “reestruturações” em alguns mercados domésticos.

O comunicado não especifica, mas esses são os casos designadamente de Itália, onde a Alitalia em Dezembro estava a concluir o processo de alienação a um grupo de empresários, e Espanha, onde as companhias aéreas de rede enfrentam uma concorrência cada vez mais forte por parte do comboio de alta velocidade, que já conquistou quase metade do tráfego entre Madrid e Barcelona, e das low cost.

Ainda assim, o comunicado da Associação assinala que os dados de tráfego em Dezembro dão uma indicação “de quanto o mercado enfraqueceu”, salientando que as quebras são extensivas a todas as rotas à excepção das ligações entre a Europa e o Médio Oriente, e destacando também a queda do tráfego de carga, que teve um “catastrófico declínio de 21,4%”.

Ulrich Schulte-Strathaus também comentou que não é por esta evolução que a aviação europeia irá “saltar” para o comboio dos planos de salvamento, mas sem deixar de reivindicar que as companhias aéreas não venham a sofrer dificuldades acrescidas por legislação mal ponderada e, também, que avance o programa do “céu único” na Europa.

Os dados globais da Associação para o mês de Dezembro indicam que dos 2,1 milhões de passageiros “perdidos” no mês, mais de metade (1,4 milhões) foi em rotas domésticas e outros 665 mil em rotas internacionais intra-europeias, o que leva a uma descida de dois milhões no conjunto dos voos dentro da Europa, que são os que têm maior peso em número de passageiros (73,3% do total do mês).

A queda nas linhas de longo curso foi menos “volumosa”, situando-se na ordem dos 171 mil passageiros, mas com quedas em todos os sectores de rede, a mais acentuada das quais nas ligações com a América do Norte, que são as que têm maior peso.

Em tráfego (passageiros x quilómetros), os números da AEA indicam quedas em 7,6% nas ligações dentro da Europa (-16% nos voos domésticos e –4,6% nos voos internacionais), em 3% no conjunto dos voos internacionais de médio curso (pelas quedas em 4,6% nos internacionais europeus e em 4,1% nas ligações Europa – Norte de África, que anularam o crescimento em 6,3% nas ligações entre Europa e Médio Oriente) e em 2,3% nos voos intercontinentais.

Também em tráfego todos os sectores de longo curso evidenciaram quedas, a menor das quais (em 0,1%) nas ligações com a América do Sul, que sendo um dos sectores com menos peso no conjunto das operações intercontinentais da AEA (7,5% em Dezembro) é onde a TAP, líder europeia em ligações com o Brasil, tem mais peso.

A queda mais acentuada foi nas ligações com o Extremo Oriente (em 3,7%), segundo sector com mais peso em voos intercontinentais (20% em Dezembro), seguindo-se o sector Atlântico Norte (em 2,7%), que é o sector com mais peso (24,4% em Dezembro), o Atlântico Médio (em 0,9%), que é o sector com menos peso em Dezembro (7,2%) e o África Sub-Sahaariana (em 0,6%), que representou em Dezembro 8,5% dos RPK.




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