UE detecta problemas de concorrência com compra da Brussels pela Lufthansa
Presstur 27-01-2009 (05h31)
As autoridades europeias da concorrência anunciaram ontem que vão examinar aprofundadamente a compra da Brussels Airlines pela Lufthansa, depois de uma primeira análise ter indicado que o grupo terá o monopólio nas ligações entre Bruxelas e as cidades alemães de Frankfurt, Hamburgo e Munique.
A Comissão Europeia concluiu ainda que a compra da Brussels pela Lufthansa reduzirá a concorrência na rota entre Bruxelas e Berlim e nas ligações da capital belga com as cidades suíças de Zurique e Genebra.
“Num período de consolidação no sector europeu da aviação, a Comissão tem que garantir que os consumidores continuarão a ter opções competitivas quanto a serviços aéreos, tanto no que respeita a tarifas como rotas”, comentou a Comissária Europeia da Concorrência, Neelie Kroes.
Já nos primeiros dias deste ano, a Comissão Europeia tinha adiado o prazo para se pronunciar, que inicialmente terminava a 12 de Janeiro, prolongando-o para ontem.
Lufthansa e Brussels já reagiram a este novo adiamento de uma decisão, a primeira destacando que espera que o processo avance rapidamente e a segunda sublinhando a qualidade da solução encontrada, que “é a melhor para garantir um futuro saudável”.
A Comissão indicou que tomará uma decisão final até 10 de Junho.
Fontes da aviação citadas pelas agências internacionais comentaram que é de esperar que a Comissão Europeia aprove a compra da Brussels com condições, designadamente ao nível de cedência de slots (faixas horárias de aterragem e descolagem nos aeroportos).
O negócio foi anunciado em Setembro, envolvendo um investimento pela Lufthansa estimado em 250 milhões de euros.
As agências internacionais destacam que o interesse para a Lufthansa é que a compra da Brussels reforçará significativamente a sua posição num mercado com forte componente de tráfego premium (classe executiva e primeira classe), uma vez que Bruxelas sedia importantes organizações internacionais, a começar pela própria União Europeia e a NATO.
Além da Brussels, a Lufthansa, que já comprou a Swiss e exerceu a opção de compra da maioria da BMI – British Midland, elevando a sua posição para 80%, foi a opção escolhida pelo governo austríaco para vender a participação de 41,56% na Austrian Airlines e alegadamente mantém conversações para comprar o grupo escandinavo SAS.