Transporte internacional de passageiros sofre em Dezembro a maior queda homóloga de 2008
Presstur 29-01-2009 (13h23)
O transporte internacional de passageiros, embora de forma menos acentuada que o de carga, também sofreu em Dezembro a maior queda homóloga mensal de 2008, com uma redução do tráfego em 4,6%, mas que não impede que o balanço do ano ainda seja positivo moderadamente positivo, embora aquém da evolução em capacidade disponível.
A IATA indicou hoje que o tráfego (medido em RPK, do inglês para passageiros x quilómetros) internacional de passageiros cresceu 1,6% no ano de 2008 face a um aumento de capacidade (em ASK, do inglês para lugares x quilómetros) em 3,5%, levando a uma queda da taxa média de ocupação dos voos de 77,3% em 2007 para 75,9% no ano passado.
Pior foi ainda a queda da ocupação em Dezembro, em 2,4% para 73,8%, porque a redução de capacidade no mês foi de apenas 1,5%, o que a IATA considera evidenciar que as companhias aéreas não estão a conseguir ajustar a oferta tão rapidamente quanto a procura está a cair, com reflexos negativos na sua rentabilidade.
Até ser encontrado um equilíbrio, “nem mesmo a acentuada queda dos preços dos combustíveis pode salvar a indústria de se afundar em tinta vermelha”, comenta o director-geral e CEO da IATA, Giovanni Bisignani, que realça ainda o facto de os yields (receita média por RPK) estarem sob forte pressão, como o evidenciou o último barómetro da Associação sobre o tráfego premium (tarifas business e primeira), que aponta para uma queda da venda deste tipo de tarifas em 11,5% no mês de Novembro (clique para ler: Receitas premium caem mais de 12% em Novembro...e crise ainda não bateu no fundo — avisa IATA).
Os dados de Dezembro divulgados pela IATA indicam que neste mês apenas as companhias do Médio Oriente (+3,9%) e América Latina (+1,1%) tiveram crescimentos do tráfego internacional de passageiros, embora também com quedas da taxa de ocupação, para 73% e 71,9%, respectivamente.
As companhias mais atingidas pela queda da procura foram as da Ásia e Pacífico, que sofreram uma descida do tráfego em 9,7%, seguindo-se as de África (-4,6), América do Norte (-4,3%) e Europa (-2,7%), e em todas as regiões com as quedas a serem mais fortes do que as reduções de capacidade, levando a descidas das taxas de ocupação (72,6% nas da Ásia e Pacífico, 68,5% nas de África, 78,1% nas da América do Norte e 73,8% nas da Europa).
Para o conjunto do ano de 2008 a IATA indica um crescimento do tráfego internacional de passageiros (+1,6%) suportado nas companhias da América Latina (+10,2%), Médio Oriente (+7%), América do Norte (+2,9%) e Europa (+1,8%).
As companhias de África e das da Ásia Pacífico registaram quedas da procuram respectivamente em 4% e em 1,5%.
Quanto às taxas de ocupação, os dados da IATA indicam que as companhias da América Latina, do Médio Oriente e África foram as únicas a melhorar os níveis, para 74%, 74,9% e 70,2%, respectivamente.
Nos dois primeiros casos a subida ocorre porque os crescimentos foram mais fortes que os aumentos de oferta (+9,2% nas companhias da América Latina e 8,6% nas companhias do Médio Oriente) e no caso das companhias de África porque a redução da oferta (4,2%) foi maior que a queda da procura.
Em relação às restantes regiões os dados mostram quedas de ocupação, com o caso mais grave a ser o das companhias da Ásia/Pacífico (para 73,9%), que tiveram queda da procura face a aumento de capacidade (em 1,2%)
Para as companhias da Europa (76,6% de taxa de ocupação) e América do Norte (79,8%) os dados da IATA indicam que tiveram crescimentos da procura aquém dos aumentos de capacidade (em 3,8% nas europeias e em 4,3% nas norte-americanas).