Maior companhia aérea do mundo perde 8,9 mil milhões de dólares em 2008

Resultados da Delta penalizados por elementos não recorrentes

Presstur 27-01-2009 (16h33)

A Delta, que é a maior companhia aérea do mundo, depois da incorporação da Northwest, concluída a 29 de Outubro de 2008, teve prejuízos de 8.922 milhões de dólares no ano de 2008, com parte importante da perda a ocorrer por acertos contabilísticos, custos de reestruturação e da fusão, bem como, no último trimestre, de impactos negativos de hedging.

O balanço divulgado hoje pela Delta indica que no ano de 2008 (incluindo a Northwest a parir de 30 de Outubro) as receitas atingiram 22.697 milhões de dólares e os custos operacionais elevaram-se a 31.011 milhões, tendo assim uma perda operacional de 8.314 milhões.

A maior rubrica de custos foi a dos combustíveis e taxas associadas, com 7.346 milhões, seguida da redução do goodwill e outros activos intangíveis, com 7-296 milhões, pessoal, com 4.802 milhões.

Para o último trimestre de 2008, a Delta indica que as receitas foram de 6.713 milhões de dólares e os custos operacionais elevaram-se a 7.810 milhões, provocando um prejuízo operacional de 1.097 milhões.

Os resultados líquidos neste período foram negativos em 1.438 milhões de dólares, mas a companhia destaca que teria apresentado lucros de 167 milhões excluindo custos não recorrentes, designadamente mais de 900 milhões relacionados com prémios de participação aos seus trabalhadores e 91 milhões de “hedges de fuel fora de período”, bem como “se tivesse comprado o fuel a preços de mercado”.

A companhia informou que no último trimestre de 2008 teve um acréscimo em 33% do custo unitário (custo por lugar e milha percorrida), para 14,83 cêntimos de dólar, mas que excluindo os combustíveis e os encargos não recorrentes o agravamento teria sido em 6%, para 7,22 cêntimos.

Do lado das receitas, a Delta indicou que a principal companhia aérea do grupo teve um aumento médio da receita unitária (proveitos por lugar e milha percorrida) em 2,7%, com uma subida em 1,4% do yield (receita por passageiro e milha percorrida).

A evolução da receita unitária foi composta por crescimentos no mercado doméstico (+4,1%) e nas ligações internacionais com a América Latina (+5,5%) e Pacífico (+4,6%), enquanto nos voos transatlânticos teve uma queda em 2,8%).

Os dados indicam que essa queda ocorreu por redução da taxa de ocupação dos voos, face a um aumento de capacidade em 13,7%, uma vez que o yield dos voos transatlânticos subiu 1,3%.

Em relação às subidas da receita unitária nos restantes sectores de rede, os dados divulgados pela Delta indicam que no doméstico ocorreu apenas por subida da taxa de ocupação, face a uma redução de capacidade em 13,4%, uma vez que o yield decresceu 0,5%.

Para a América latina os dados indicam que a receita unitária aumentou pela subida do yield em 11,8%, compensando uma queda da taxa de ocupação, apesar de a capacidade ter sido reduzida em 0,7%, e as linhas do Pacífico são as únicas em que a receita unitária sobe pelo aumento do yield, em 4,4%, e ligeira melhoria da taxa de ocupação, apesar de um incremento de capacidade em 4,8%.

O balanço indica que em média o grupo (principal companhia aérea e operadoras regionais) melhorou a taxa média de ocupação no último trimestre de 2008 em 0,8 pontos, para 80,6%, uma vez que teve uma queda do tráfego (passageiros x milhas), em 2,7%, menor do que a redução de capacidade.