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Iberia consegue escapar do “vermelho” em 2008 mas lucros caem 90%

Presstur 29-01-2009 (07h38)

A companhia espanhola Iberia anunciou ontem que prevê apresentar 32 milhões de euros de lucros relativos ao exercício de 2008, o que representa uma quebra de 90,3% face a 2007, provocada pela escalada do preço dos combustíveis e pela descida da taxa de ocupação, que arrasta uma queda da receita unitária, apesar de uma subida do yield.

Os indicadores avançados ontem pela Iberia, no seu Investor’s Day, mostram que os seus custos operacionais subiram no ano passado 5,5%, para 5,529 mil milhões de euros, pelo agravamento em 45,5% da factura de combustíveis, que se elevou a 1,666 mil milhões de euros.

As restantes rubricas tiveram decréscimos, em 4,4% no caso do pessoal, para 1,32 mil milhões de euros, em 6,9% em navegação aérea e serviços de tráfego, para 671 milhões, em 10,8% em custos de frota (leasings e amortizações), para 579 milhões, em 12,7% em encargos comerciais e de distribuição, para 338 milhões, e em 0,1% nas restantes componentes, para 955 milhões.

Em relação aos proveitos, a Iberia indicou que teve um decréscimo em 1,3%, para 5,45 mil milhões de euros, principalmente pela queda em 2,5% das receitas de passagens, para 4,218 mil milhões.

Para as restantes actividades, a informação da Iberia mostra subidas de proveitos em transporte de carga, em 1% para 346 milhões, manutenção para terceiros, em 8,7% para 297 milhões, e outros serviços, em 4,1% para 312 milhões, e uma queda de 1,8% nas receitas do handling (assistência em terra a passageiros e aviões), para 275 milhões.

A queda dos proveitos do transporte de passageiros, e sobretudo da sua rentabilidade, pelos dados já disponibilizados, decorre de uma queda do tráfego (em RPK = passageiros x quilómetros) superior à redução de capacidade, que anula o ganho que a companhia teve em captação de receita por passageiro.

A informação operacional divulgada recentemente pela Iberia indica que em 2008 teve uma quebra do tráfego em 2,5% face a uma redução da capacidade (em ASK = lugar x quilómetros) em 0,5%, o que acarretou uma queda da taxa média de ocupação dos voos em 1,6 pontos, para 80%.

É esta descida da taxa de ocupação que explica que apesar de na segunda metade do ano a Iberia ter subido o yield (receita por RPK), em 0,5% no terceiro trimestre e em 2,2% no quarto, ainda assim a receita unitária (por ASK) manteve-se em queda, em 2,3% e em 1,4%, respectivamente.

Em relação à primeira metade de 2008, a informação disponibilizada ontem pela Iberia indica que a receita unitária caiu 4,6% no primeiro trimestre e 3,8% no segundo, no primeiro caso pela descida do yield em 4,6% e no segundo pela descida do yield em 2,5% associada já a uma redução da taxa de ocupação.

A Iberia não divulgou qual a evolução média da receita unitária no ano, mas que teve que ser necessariamente em baixa, como o evidenciam as quedas homólogas trimestrais, enquanto para o custo unitário (por ASK) avançou um incremento médio em 6,1%, pelo agravamento em 46,2% no que pagou em fuel por cada lugar quilómetro percorrido (nas restantes componente teve uma redução média de 5,1%, atingindo 16,9% na componente dos custos comerciais, 10,3% em custos de frota, 6,4% em navegação e serviços de tráfego aéreo, 5,9% em manutenção e 3,9% em pessoal).


PressTur

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