Salgado Filho está entre os mais atrasados
Um levantamento da Infraero, estatal que administra os aeroportos brasileiros, comprovou o que vinha sendo percebido diariamente pelos porto-alegrenses: o aeroporto Salgado Filho está entre os campeões de atrasos no país. Apesar de figurar na sexta posição entre os terminais mais movimentados, o Salgado Filho leva a medalha de bronze no ranking de atrasos - os primeiros do ranking são, respectivamente, os de Brasília (DF) e Guarulhos (SP). A culpa, na avaliação da Infraero, é da posição geográfica de Porto Alegre. Os aviões chegam à Capital já com um acúmulo de atrasos. Isso porque o terminal gaúcho concentra maior número de vôos que fazem escala em outras regiões. Ao contrário de aeroportos como os do centro do país, que têm número maior de vôos diretos em relação a Porto Alegre. Como a Capital está em uma das extremidades do Brasil, os vôos chegam à cidade, em muitos casos, depois de passar por diversos aeroportos. Se a aeronave acumula atrasos de cinco a 10 minutos em cada cidade - prática tolerada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que só considera atrasos superiores a 30 minutos -, aterrissa no Salgado Filho com poucas chances de sair no horário (confira o exemplo no mapa ao lado). - Como Porto Alegre é sempre um dos últimos pontos da rota, vem acumulando atrasos - diz Marco Aurélio Franceschi, superintendente adjunto da regional Sul da Infraero. Desde outubro, 18,72% dos vôos que partiram do Salgado Filho estavam atrasados, segundo o levantamento da estatal que administra os aeroportos. O índice é quase igual ao do terminal de Guarulhos, em São Paulo, o mais movimentado do país, onde 18,8% das decolagens ocorreram depois do horário previsto. O índice de Porto Alegre chama a atenção porque Guarulhos, por exemplo, opera com um número de passageiros quatro vezes maior do que o Salgado Filho. Além disso, as chuvas na capital gaúcha não provocaram restrições de vôo na mesma intensidade de outras regiões nos últimos meses, problema sentido em Brasília, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.