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China estuda possibilidade de construir porta-aviões

Publicada em 23/12/2008 às 10h20m

Reuters


PEQUIM - A China anunciou nesta terça-feira que enviará navios de guerra para combater a pirataria na costa da Somália e tem a intenção de construir um porta- aviões, o que deve preocupar seus vizinhos e potências ocidentais. Estados Unidos, Japão e Taiwan, entre outros, vêem com preocupação o aumento dos gastos militares chineses.

" Porta-aviões são um símbolo do poderio geral de uma nação, bem como da competitividade da força naval de um país "

- Porta-aviões são um símbolo do poderio geral de uma nação, bem como da competitividade da força naval de um país - disse o coronel Huang Xueping, porta-voz do ministério da Defesa Nacional. - A China tem um grande território marítimo. É uma responsabilidade sagrada das nossas forças armadas proteger nosso território marítimo e manter nossa soberania marítima, nossos direitos e interesses. A China, levando em conta todos os fatores relevantes, vai pesquisar seriamente e considerar (a construção do porta-aviões).

Taiwan, que a China considera ser uma "província rebelde" a ser retomada pela força se necessário, reagiu com cautela.

- Precisamos fazer alguma pesquisa antes que possamos julgar se (o porta-aviões) será dirigido para Taiwan - disse Chih Yu-lan, porta-voz do Ministério da Defesa.

Há anos os militares chineses pleiteiam um porta-aviões, mas raramente fazem declarações públicas nesse sentido. A imprensa de Hong Kong diz que a China poderia construir seu primeiro porta-aviões até 2010.

Anúncio pode aumentar tensão entre militares de EUA e China

As declarações surgem num momento de relativa tensão militar entre Washington e Pequim, e num momento em que a China prepara o envio, na sexta-feira, de dois destróieres e um navio de abastecimento para o golfo de Aden, onde participarão dos esforços internacionais contra a pirataria.

Fontes de Defesa dos EUA elogiaram na semana passada a missão chinesa na Somália e disseram torcer para que sirva de "plataforma" para retomar os contatos com a China, suspensos por Pequim em outubro, em protesto contra uma venda de armas de US$ 6,5 bilhões para Taiwan. Huang, porém, disse que os militares têm de se empenhar mais na melhora das relações.

" As relações militares entre China e EUA têm algumas dificuldades, mas a responsabilidade não está com o lado chinês "

- No momento as relações militares entre China e Estados Unidos têm algumas dificuldades, mas a responsabilidade não está com o lado chinês - disse ele. - Esperamos que o lado americano leve a sério as grandes preocupações e os interesses do lado chinês... e adote medidas concretas para criar condições para que as relações militares se recuperem."

Os EUA reconhecem o regime comunista chinês desde 1979, mas uma lei americana obriga Washington a ajudar Taiwan na sua defesa.


O Globo

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